quinta-feira, 30 de abril de 2009

Moça com Brinco de Pérolas

“- Gostaria que pintasse você com seu pano de limpeza?
- Não sou eu quem devo dizer, senhor. O quadro não é meu.
Ele franziu o cenho. – Não, não é – concordou, como se falasse consigo mesmo.
- Não quero que me pinte com meu pano – falei, sem saber que ia conseguir.
- Não, não, tem razão, Griet. Não pintaria você com um pano na mão.
- Mas não posso usar as roupas da sua esposa.
Fez-se um longo silêncio.
– Não, espero que não. Mas não vou pintar você como uma criada – decidiu.
- Então com o quê, senhor?- Vou pintar como vi você pela primeira vez, Griet. Só o rosto.

{...}
- Tire a touca de cima do seu rosto – pediu ele, um dia.
- O rosto senhor? – repeti feito boba, e me arrependi. Ele preferia que eu não falasse, só obedecesse. Se falasse, que fosse alguma coisa que valesse a pena.
Ele não respondeu. Puxei o lado da touca que estava mais perto dele. A beirada engomada arranhou meu pescoço.
- Puxe mais pra trás, quero ver a linha do seu rosto desse lado – disse.
Fiquei indecisa, depois puxei um pouco mais – seus olhos percorreram meu rosto.
- Mostre a orelha.
Eu não queria mostrar, mas não tinha escolha.
{...}
- A sua touca – disse ele. – Tire.
- Não.
- Não?
- Por favor, não me peça isso, senhor.
{...}
- Você não quer ser pintada como criada, com o seu pano de limpeza e sua touca. Também não quer como uma dama, com cetim, pele, cabelo arrumado.
{...}
Ele mexeu na cadeira e levantou-se. Ouvi-o no quarto de despejo. Quando voltou, havia vários panos que colocou no meu colo.- Bom, Griet, veja o que pode fazer com isso. Ache um pano para enrolar na cabeça de forma que você não fique nem uma dama nem uma criada.
{...}
Coloquei a ponta pra dentro e arrumei as dobras, alisei o azul em volta da cabeça e voltei pra o ateliê.Ele estava olhando um livro e não percebeu quando sentei na cadeira. Fiquei como estava. Quando virei a cabeça para olhar sobre o ombro esquerdo, ele levantou os olhos. No mesmo instante, a ponta do pano amarelo soltou e caiu no ombro.
- Ah! – exclamei com medo que o pano caísse e mostrasse meu cabelo. Mas não caiu: só a ponta amarela se soltou. Meu cabelo continuou preso.
- Isso. Isso mesmo, Griet. Isso – aprovou ele.
{...}
- Você sabe o que o quadro precisa, a pérola reflete a luz. Não vai ficar completo sem isso – disse ele, baixinho.Eu sabia. Não olhei muito para o quadro, era muito estranho me ver, mas percebi a hora que precisava do brinco de pérola. Sem ele, havia apenas meus olhos, minha boca, uma parte da minha camisa, o escuro atrás da orelha, tudo separado. O brinco juntaria tudo. Completaria o quadro.


{Trecho Extraído do Livro: Moça com Brinco de Pérola – Tracy Chevalier}

Sinopse: Em meio a sua carreira, o célebre pintor holandês Johannes Vermeer pintou uma moça de turbante e brinco de pérola.Este famoso quadro, ´Moça com Brinco de Pérola´, tem sido chamado de a Mona Lisa holandês. Às vezes, a moça parece estar sorrindo sensualmente; outras, insuportavelmente triste...História e ficção se misturam, imperceptíveis, neste brilhante romance sobre sensibilidade artística e despertar da sensualidade por meio dos olhos da jovem que inspirou um dos mais famosos quadros de Vermeer, considerado por muitos especialistas em arte a obra-prima do pintor.
...
A história de como o quadro foi pintado é de uma delicadeza sem fim, a autora escreve muito bem e nos faz acreditar que o que lemos foi o que realmente aconteceu... Mais uma vez me vi envolvida em época e costumes que tanto adoro ler... O filme tbem é muito bom, mas nõo devemos comparar... Vale muito a pena!

Editora: Bertrand Brasil
Assunto: Literatura Estrangeira
ISBN: 852860957X
Idioma: Português
Edição: 1
Número de Páginas: 239

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Sensações...


“A sala foi encolhendo sem parar até que a menina que roubava livros pôde tocar nas estantes, a poucos passinhos de distância. Correu o dorso da mão pela primeira prateleira, ouvindo o arrastar de suas unhas deslizar pela espinha dorsal de cada livro. Soava como um instrumento, ou como as notas de pés em correria. Ela usou as duas mãos. Passou-as correndo. Uma estante encostada em outra. E riu.

Sua voz se espalhava, aguçada na garganta, e quando ela enfim parou e ficou postada no meio do cômodo, passou vários minutos olhando das estantes para os dedos, e de novo para as prateleiras.

Em quantos livros tinha tocado? Quantos havia sentido? Andou até o começo e fez tudo de novo, dessa vez muito mais devagar, com a mão virada para frente, deixando a palma sentir o pequeno obstáculo de cada livro. Parecia magia, parecia beleza, enquanto as linhas vivas de luz brilhavam de um lustre. Em vários momentos, Liesel quase puxou um título do lugar, mas não se atreveu a perturbá-los. Eram perfeitos demais.”

{
A Menina que Roubava Livros}

...

A Profecia Celestina...


“Subi até o restaurante, estacionei e me recostei no banco para pensar um pouco. Sabia que Charlene estava lá dentro, me esperando para conversar. Mas por quê? Eu não ouvira uma palavra dela em seis anos. Por que teria aparecido agora, logo agora, que eu me isolara na mata por uma semana?
{...}
- Alguma vez você já teve um palpite ou uma intuição sobre alguma coisa que quisesse fazer? Um rumo que quisesse das a sua vida? E se perguntou como isso poderia ocorrer? E então, depois de quase ter esquecido o assunto e se concentrado em outras coisas, de repente, encontrou alguém, ou leu alguma coisa, ou foi a algum lugar que levou àquela mesma oportunidade que tinha vislumbrado?”Bem”, ela continuou, “essas coincidências têm ocorrido com frequência cada vez maior, e quando ocorrem nos parecem superar o que se poderia esperar do puro acaso. Parecem destinadas, como se tivessem sido guiadas por uma força inexplicável. A experiência causa uma sensação de mistério e excitação, e em consequência nos sentimos mais vivos.”
{...}
"Pessoas em número cada dia maior estão convencidas de que esse movimento misterioso é concreto e significa alguma coisa, que alguma outra coisa está acontecendo por baixo de suas vidas diárias.”


{Trecho extraído do Livro: A Profecia Celestina – James Redfield}
Sinopse: Um antigo manuscrito é encontrado nas florestas peruanas, contendo nove visões que a humanidade precisa conhecer. Este é o ponto de partida do best seller A Profecia Celestina, de James Redfield , um romance cheio de ação onde o leitor é convidado para participar de uma saga em busca da verdade espiritual.A cada capítulo o leitor acompanha as aventuras de uma homem em busca da sua própria verdade. Seu destino é chegar no alto das montanhas dos Andes e compreender o significado contido nas nove visões anunciados num velho manuscrito peruano. Ao longo deste caminho, o leitor apreende e compreende cada uma dessas visões.A Profecia Celestina é um livro que chegou para iluminar a nossa compreensão do futuro. Afinal ele trata o saber espiritual como parte do nosso cotidiano. É a consciência das chamadas "coincidências", uma visão positiva e global sobre a vida humana na terra.
...
É um livro muito bem escrito.  Totalmente voltado para a espiritualidade e evolução. Enquanto lia as profecias mudei algumas maneiras minha de agir... Se você estiver aberto ao que está lendo tenho certeza que fará o mesmo... Viva as coisas simples da vida!
Editora: Objetiva
Assunto: Auto-Ajuda
ISBN: 9788573029451
Idioma: Português
Edição: 1
Número de Páginas: 265

terça-feira, 28 de abril de 2009

Se eu fosse um Livro...



Se você fosse um livro nacional, qual livro seria? Um best-seller ultrapopular ou um relato intimista? Faça o teste e descubra.

Meu Resultado:

"Carmen – Uma biografia", de Ruy Castro
Boa história é com você mesmo. Adora ouvir, contar, recontar. As de pessoas interessantes e revolucionárias são as suas preferidas. Tem gente que liga para você só para saber das últimasfofocas. E confesse: com seu jeitinho manso e detalhista, você dá aos fatos um sabor todo especial.
Além disso, não se contenta em reproduzir o que já foi dito. Por isso, se fosse um livro, você só poderia ser uma boa biografia, daquelas que faz os leitores deitarem na rede do fim de semana e se entregarem às peripécias de uma grande personagem. Aliás, você já pensou na profissão de repórter? Ou de escritor? "Carmen – Uma Biografia" (2005), sobre Carmen Miranda, é uma das aclamadas biografias publicadas por Ruy Castro, também jornalista e tradutor, considerado um dos maiores biógrafos brasileiros.
...

A Distância Entre Nós...


“A mulher magra de sári verde estava de pé nas pedras escorregadias e olhava as águas escuras em torno de si. O vento mornosoltava do coque alguns fios do seu cabelo ralo. Atrás dela, ossons da cidade ficavam abafados, silenciados pelo contínuobater da água em seus pés descalços. A não ser pelos siris queela ouvia e sentia correrem pelas pedras, estava completamentesozinha ali — sozinha com os murmúrios do mar e a luadistante, fina como um sorriso no céu noturno. Até suas mãosestavam vazias, agora que as abriu e liberou os balões cheiosde gás, observando até que o último deles tivesse sido engolidopela escuridão da noite de Bombaim. Suas mãos estavam vazias agora, vazias como seu coração, que era como um coco cuja polpa tivesse sido arrancada. Equilibrando-se com dificuldade nas pedras, sentindo a água que subia lambendo seus pés, a mulher levantou o rosto para o céu negro retinto procurando uma resposta. Atrás dela,a cidade perdida e uma vida que naquele momento parecia fictíciae irreal. À sua frente, o limite quase imperceptível onde omar se encontra com o céu. Poderia subir de novo pelas pedrase pelo muro de cimento e reingressar no mundo, participar denovo do ritmo louco, pulsante e imprevisível da cidade. Ou poderia entrar no mar à sua espera e deixar que ele a seduzissee a envolvesse com seus sussurros íntimos. Olhou de novo para o céu procurando uma resposta. Mas a única coisa que conseguia ouvir era as batidas habituais deseu coração submisso...”


{Trecho do livro: A Distância Entre Nós - Thrity N. Umrigar}
Sinopse: Bombaim, Índia. Duas mulheres. Duas vidas. Dois destinos que poderiam ser um só. Sera e Bhima estão indiscutivelmente ligadas, seja pelo silencio ou pela cumplicidade. Mas ao mesmo tempo estão distantes, separadas por uma fronteira intransponível. Como se o fio que as une não fosse forte o suficiente para agüentar uma descarga elétrica, força que parece definir a sorte e a tragédia da patroa e da empregada. Duas vidas marcadas pela decepção, enganadas pela traição, sujeitas a uma sociedade cruel cuja voz berra e marca a fogo a existência dessas mulheres. "A Distância Entre Nós" é um romance avassalador, envolvente, intenso. Você não conseguirá parar de lê-lo, e não será o mesmo quando alcançar a última página. Acredite.
...

A história de duas mulheres de classes sociais bem diferente que se entrelaçam nesse romance onde tradições e costumes são ricamente mostrados. É um daqueles livros que a gente fica com pena quando termina...

Editora: Nova Fronteira
Assunto: Literatura Estrangeira
ISBN: 8520919537
Idioma: Português
Edição: 1
Número de Páginas: 330

sexta-feira, 24 de abril de 2009

O Luar na Avenida da Fé...

"Vendo-a agora - com 178 quilos e engordando a cada dia, o corpo tão imenso que ela não consegue colocar-se de pé há mais de dois meses ou passar de um aposento para o outro se a porta não for retirada da aduela, a respiração tão estentórea que por sua causa todos os cachorros da rua em Los Angeles onde ela hoje mora com a irmã disparam a latir e o piano da casa vizinha põe-se a tocar melodias esdrúxulas nas horas mais estranhas- é impossível acreditar que mamãe, Roxanna o Anjo, já tenha sido uma jovem com olhos de aquarela e pele translúcida que conseguia parar o riso e levava os homens, meu pai entre eles, a segui-la pela cidade inteira sem saber por que a perseguiam ou que fariam se ela algum dia estacasse e respondesse aos seus chamados; impossível acreditar que ela tenha sido tão leve e tão delicada, tão intocada pelas leis da gravidade e pela árdua labuta da existência humana, que certa noite, em que a escuridão tomou a cor dos seus sonhos, cresceram-lhe asas e ela voou para a noite estrelada do Irã, atendendo ao seu chamado.


{...}
Eu tinha cinco anos quando mamãe me deixou, dezoito quando ela voltou. Tia Miram a Lua me diz que preciso entender a partida de Roxanna como a concretização de um destino que ela não conseguia controlar, que me abandonar não havia sido ideia dela, e sim resultado de forças em ação durante séculos antes do meu nascimento. Afirma que Roxanna foi desterrada antes de ser esposa ou mãe, antes de nascer, antes mesmo de ser concebida. É assim que o mundo realmente funciona, Miriam me diz, tanto no Oriente quanto no Ocidente: os seres humanos nada mais são do que instrumento de um destino invisível. O livre arbítrio e as decisões conscientes são meras invenções de mentes demasiados fracas para aceitar a realidade da nossa existência absurda. Portanto, diz ela, devo perdoar Roxanna, por ter escutados meus chamados sem atendê-los ; devo perdoá-la porque deixar papai e eu foi mais difícil para ela do que jamais poderia ter sido para o resto de nós.E Miriam insiste: devo fazer isto puramente pela fé – porque, mesmo que Roxanna esteja de volta agora, deitada aqui no quarto de hóspedes de Miriam a Lua na Avenida dos Veteranos, na zona oeste de Los Angeles, mesmo que olhe para mim com olhos cheios de lágrimas obscurecidos pela consciência da sua própria morte iminente, Roxanna o Anjo recusa-se a me oferecer uma palavra sequer de explicação.Miriam a Lua narra-me a história de minha mãe."


{Trecho extraído do Livro: O Luar na Avenida da Fé – Gina B. Nahai}

Sinopse:
A iraniana Gina Nahai já foi comparada a Gabriel García Márques, pela habilidade com o realismo mágico, e a Scherazade das Mil e Uma Noites jeito de contar histórias. O Luar na Avenida da Fé é uma fábula cheia de poesia e imaginação sobre a saga de uma família do Irã. A história é rica e cheia de detalhes interessantes como um tapete persa. Encantador e arrebatador foram alguns adjetivos que a crítica usou para definir o livro.
... Numa noite repleta de estrelas, Lili, de cinco anos, vê sua mãe, Roxanna, o Anjo, ganhar asas e desaparecer no céu.... Eu adoro romances que se passam no Oriente Médio, fico fascinada com os costumes, a culinária, tudo!
E esse livro não deixa nada disso a desejar... a história é bem contada e tem drama, romance e tragédias que são ingredientes maravilhosos para um bom livro... A busca incansavel de Lilly para conhecer os verdadeiros fatos que levaram sua mãe a sair de casa. Como diz na própria sinopse é um livro arrebatador!

Editora: Geraçao Editorial
Assunto: Literatura Estrangeira-Romances
ISBN: 8575090178
Idioma: Português
Edição: 1
Número de Páginas: 374

quarta-feira, 22 de abril de 2009

O Rastro do Sândalo...

"Muna tem onze anos e é uma menina órfã que trabalha numa fábrica de tapetes em Bombaim, na Índia. Por mais que se esforce, não consegue esquecer a irmã caçula, de quem foi separada.“ {...} E Muna acabou indo ao cinema.{...} Indira explicara a Muna o que era um filme, mas ela não conseguia imaginar. No entanto, quando a sessão finalmente começou, Muna entrou num mundo mais mágico que jamais poderia ter sonhado.
{...} O que Muna não sabia era que aquela excursão ao cinema marcaria o rumo da sua vida.”

...

Sita tem seis anos e lembranças do orfanato de Nasik e Bombaim, onde cresceu. Seu sonho? Se adotada e ganhar uma nova família. {...} - Sister Valentina... será que a senhora poderia me dar de presente um pai e uma mãe se eu lhe devolver o vestido? A freira ficou olhando para ela fixamente, como se quisesse encontrar melhor resposta no fundo dos olhos escuros daquela menina na sua frente.
- Ai, Sita! Como se fosse tão fácil! É isso que você quer, um pai e uma mãe? Não está bem aqui conosco? Comigo, com Sister Niharica, Sister Juliette, Sister Urvashi, Sister Aline... Com as outras meninas...
- Sim, mas eu quero uma mãe que seja minha!”Solomom, um menino etíope de oito anos, vive em Addis Abeba e descobre que seu mundo está mudando radicalmente , ma não entende muito bem porquê.



...

{...} Tudo era névoa. Os bosques das colinas de Entoto estavam cobertos por uma névoa espessa entre os altos eucaliptos e perfumados com o cheiro de madeira úmida e cortada, empilhada por toda a parte. Solomon andava. Sem pai, sem mãe, sem irmã mais velha. Caminhava desorientado, como caminhavam tantos e tantos quilômetros, todos os dias, outros meninos e meninas como ele. Caminhava e caminhava, sem saber que oputra reviravolta encontraria para além da névoa.”


...

2004. Trinta anos depois, as vidas de Solomom, Muna e Sita se cruzam em Barcelona. Um arquiteto, uma atriz de cinema e uma médica – pessoas que levam vidas tão diferentes descobrem velhos e novos laços que as unem.
{Trecho extraído do Livro: O Rastro do Sândalo - Asha Miró & Anna Soler- Pont}

Sinopse:
As vidas de três crianças órfãs, duas indianas e uma etíope, se cruzam 30 anos depois em uma história que percorre três continentes. Em O rastro do sândalo, um lançamento da editora Nova Fronteira, as escritoras Asha Miró e Anna Soler-Pont — esta última a agente literária de Miró, e que faz sua primeira incursão como romancista — escrevem juntas a saga de Solomon, um menino da Etiópia que perde o pai para a guerra e é levado a Cuba por um acordo de ajuda entre estes países; Muna, uma menina hindu, forçada a trabalhar e a separar-se da irmã caçula; e Sita, outra menina da Índia cujo maior desejo é ter pais. Narrado do ponto de vista dos protagonistas, o livro fala sobre a exploração infantil e as cicatrizes físicas e emocionais causadas pela guerra e pela miséria. No romance, as autoras levantam uma polêmica ao criticarem o “modismo” das adoções de crianças de países pobres — uma frivolidade, segundo elas, leva o senso comum a determinar que elas serão mais felizes fora de seus países de origem, de sua cultura natal.
...

Muito sofrimento... dor e acima de tudo esperança de que tudo vai melhorar... As autoras nos presenteiam com 3 personagens diferentes e suas tragetórias... O legal é que são contadas individualmente e vc fica querendo ler logo pra saber o que vai acontecer com o personagem anterior... Muito bem escrito o livro... eu li rapidinho...rs

Editora: Nova Fronteira
Assunto: Literatura Estrangeira-Romances
ISBN: 9788520920374
Idioma: Português
Edição: 1
Páginas: 288

segunda-feira, 20 de abril de 2009

A Décima Terceira História...


"Eu Gosto dos meus livros mesmo que, muitas vezes, eles sejam tão desinteressantes por dentro quanto por fora. Não importa o quanto o conteúdo seja banal, há sempre algo que me toca.
{...}
A Senhora Winter marcou a página com uma fita e fechou o livro.- Todo mundo tem uma história. É como membros da família. Você pode não saber quem são, pode ter se esquecido, mas continuam existindo. Pode deixá-los de lado ou virar-lhes as costas, mas não pode dizer que não tem. A mesma coisa com as histórias. Portanto – concluiu ela –, todo mundo tem uma história. Quando é que vai me contar a sua?
{...}
- Nunca contei minha história a ninguém. SE é que tenho uma, bem entendido. E não vejo razão para mudar agora..- Compreendo – disse ela baixinho, balançando a cabeça como se de fato compreendesse.– Bem, claro que isso é só da sua conta. – Ela apoiou a mão no colo e ficou olhando para a mão destruída. – Você tem toda a liberdade para não dizer nada, se é assim que prefere. Mas o silêncio não é um ambiente natural para as histórias. Elas querem palavras. Sem elas, as histórias vão empalidecendo, definhando e morrem. E aí acabam assombrando você. – Seus olhos voltaram-se para mim. – Acredite em mim, Margaret. Eu sei.”

{Trecho extraído do livro: A Décima Terceira História – Diane Setterfield}

Sinopse:
Vida Winter, escritora reclusa, sempre se escondeu atrás de seus enredos misteriosos. Envelhecida e doente, ela decide partilhar com seus leitores os detalhes de sua vida. Para isso, tem a colaboração da biógrafa Margaret Lea, que vai ajudá-la a encarar os fantasmas do passado.
...

Esse é um daqueles livros em que os personagens ficam em você mesmo depois terminada a história... Mostra que cada um de nós tem usa própria história, o que nos diferencia uns dos outros, mmentos de nossas vidas que cedo ou tarde temos que colocar para fora.. Esse se tornou um dos meus favoritos!

Editora: Record
Assunto: Literatura Estrangeira-Romances
ISBN: 850107666X
Idioma: Português
Edição: 1
Número de Páginas: 420

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Ação x Reação...


"Tudo tem ligação: o mundo está em movimento em torno do sol,
tudo volta, e cada ato, por menor que seja, provoca mil reações."


{Os Saltimbancos Sagrados}
...

La Bodega...


“Na manhã em que tudo mudou. Josep trabalhava no vinhedo de Medes. No meio da manhã já assentara numa rotina que o deixava quase como se estivesse em transe. Deslocava-se de videira para outra, removia os galhos secos e esgotados, cujos frutos haviam sido colhidos em outubro, quando cada uva se tornava suculenta como uma mulher. Podava com a mão implacável, deixando as videiras num ponto ideal para a produção da próxima geração de uvas. Era um dia excepcional, adorável, no que fora até então um inclemente mês de fevereiro. Apesar do frio, o sol parecia se expandir pelo vasto céu francês. Às vezes, quando encontrava uma uva murcha, esquecida pelos colhedores, ele pegava a Fer Sevadour e saboreava a doçura suculenta. Sempre que alcançava o final de uma fileira, fazia uma pilha do que podara, pegava um galho em chamas da fogueira anterior e ateava fogo. O cheiro ocre da fumaça aumentava o seu prazer no trabalho.

Acabara de atear fogo a uma pilha quando levantou os olhos e avistou Leon Mendes, atravessando o vinhedo, sem parar para falar com qualquer outro dos lavradores.

- Monsieur... – murmurou ele, respeitoso, quando Mendes alcançou-o.
- Señor...
Era uma pequena brincadeira entre os dois, o proprietário tratando-o como se fosse o dono, não um mero peão. Só que Mendes não sorriu agora. Foi gentil, mas direto como sempre, ao acrescentar:
- Conversei com Henri Fontaine, que acaba de vir da Catalunha. Tenho más notícias, Josep. Seu pai morreu.
Josep ficou atordoado, como se tivesse levado uma pancada na cabeça, incapaz de falar por um momento. Meu pai? Como meu pai pode ter morrido?
- Qual foi a causa? – balbuciou ele.
Mendes balançou a cabeça.
- Henri só soube que ele morreu no final de agosto. Não sabe de mais nada.
- Voltarei para a Espanha, monsieur.
- Tem certeza que é isso que quer?
- Preciso voltar.
{...}
E assim, com um adieu que nada teve de romântico, ele partiu no início da manhã seguinte, da mesma maneira como chegara a França, em silêncio, sem ser notado, sem incomodar ninguém.”
{ Trecho Extraído do Livro: La Bodega – Noah Gordon}

Sinopse:
Personagens fortes, ampla pesquisa histórica e retratos fidedignos da época abordada são as marcas registradas que fazem dele um escritor de sucesso internacional, com mais de nove milhões de exemplares vendidos em todo o mundo. Autor de best-sellers, como O físico e O xamã, onde aborda a condição humana, o aclamado norte-americano Noah Gordon retorna à ficção, após oito anos de silêncio, com La Bodega. Verdadeira declaração de amor à Espanha, o título ocupou as principais listas de mais vendidos do país desde o seu lançamento por lá, em outubro de 2007, com tiragem inicial de 200 mil exemplares. Ambientada no coração da Catalunha, durante o período das guerras carlistas, a narrativa relata as transformações por que passa a vida do vinicultor Josep Alvarez. Como segundo filho, ele não tem direito às terras do pai, e tem de galgar seu futuro. Em meio a intrigas políticas e amorosas, acompanhadas por um bom vinho e da descrição de belas paisagens, Noah Gordon promete conquistar mais uma vez os leitores, com uma história que atravessa fronteiras.
...


No livro conta a história de Josep que vive com a família em uma pequena propriedade rural no norte da Espanha. Como o segundo filho não tem direitos, ele resolve partir para a guerra... As consequencias das suas escolhas faz cm que ele tenha que fugir para a França onde aprende tudo dobre o cultivo de uvas e a preparação de um bom vinho... Com a morte de seu pai ele decide voltar para a Espanha e cuidar das terras da família, utilizando o conhecimento adquirido... Com muita esperança de que a coisas deem certo e para resgatar momentos de sua vida, o livro mostra o poder da perseverança e os desafios que temos com nós mesmos... Eu adorei o livro!


Editora: Rocco
Assunto: Literatura Estrangeira-Romances
ISBN: 9788532522825
Idioma: Português
Edição: 1
Número de Páginas: 328

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Sopa de Roma...


“{...} Marjan tentava sempre manter a antiga perseverança, agora que estava na cozinha da velha loja de doces fazendo uma segunda leva de recheio de charutinhos. Gostaria de ter tido mais tempo para cultivar estragão, hortelã e segurelha saudáveis e juntar aos charutinhos que ela e suas irmãs mais moças, Bahar e Layla, estavam fazendo.Se houvesse plantado alguma coisa aqui em Ballinacrough, talvez pudesse ter evitado os calafrios de ansiedade que subiam pela sua coluna. Mas, lembrou-se Marjan, era melhor não ficar com certos arrependimentos na cabeça, em especial quando não podia fazer nada contra ela. Havia mais uma meia dúzia de outros quitutes de dar água na boca – e o tempo, aquele velho bobo e teimoso, não estava do lado dela.O Café Babilônia abriria as portas em menos de cinco horas. Cinco horas! E nesta nova cidade cujo o nome mal sabia pronunciar muito menos escrever – Ballinacrough. Ba-li-na-crow. Uma cidadezinha cheia de gente que viria experimentar sua comida com olhos questionadores e línguas curiosas. E, desta vez, bem diferente de seus outros trabalhos na cozinha, ela seria a responsável por tudo.”


{Trecho Extraído do Livro: Sopa de Romã – Marsha Mehran}


Sinopse: Trata-se de uma linda e comovente história de perseverança, amor ao próximo e dos incríveis poderes da gastronomia.

Na verdade, Sopa de romã é uma magnífica festa para os sentidos. Em cada página, em cada parágrafo, em cada linha, uma sucessão de perfumes, sabores, texturas, cores... Ingredientes exóticos, preparados pelas mãos calejadas da jovem Marjan, culminam em combinações sempre surpreendentes e de efeitos mágicos. Tudo gira em torno do Café Babilônia, onde ela e suas irmãs mais novas – Bahar e Layla – tentam se estabelecer no interior da Irlanda, depois de passarem por Londres, fugindo das dificuldades de sua terra natal, o Irã. Ainda são fortes as lembranças da fuga de Teerã, da travessia do deserto de Dasht-e Lut, em meio à revolução que culminaria por levar o Aiatolá Khomeini ao poder, em 1979.

Aonde quer que fossem, nunca se separariam das doces lembranças da infância, nunca esqueceriam os aromas da sua terra, mistérios e segredos de especiarias como cardamomo, cúrcuma, nigela e 'aquela que valia mais do que o seu peso em ouro: zaferan, açafrão'. Seus sabores e perfumes comporiam receitas de família guardadas e apuradas ano após ano. Pratos de profundo e inquietante poder, capaz de mudar humor, idéias e a própria vida daqueles que os experimentam. E aí é que a mágica acontece: à medida que as vidas das pessoas e de toda uma cidade mudam para sempre com os perfumes e sabores das combinações secretas do Café Babilônia, também ocorrem mudanças em cada uma das irmãs.

No início de cada capítulo, a relação de ingredientes e o passo-a-passo do preparo de pratos como a perfumada sopa de lentilhas cor-de-rosa, a sedutora baklava (massa ao perfume de rosas, com amêndoas e pistache), o revigorante abgusht (ossobuco de cordeiro com especiarias), o delicioso tadig (crostata resultante do preparo do chelow, arroz no vapor), a inesquecível sopa de romã, entre outras maravilhas.

Com personagens fortes e muito bem construídos, Sopa de romã, cujo título original é Pomegranate soup, já é um best-seller na Europa, onde foi lançado no final de 2005. Sua comovente, bem-humorada e muito bem escrita narrativa revela como essas bravas mulheres conseguiram superar medos, enfrentar preconceitos, vencer desafios e mudar a vida de toda uma cidade. Coisa de bruxaria, ou melhor, gastronomia!

"REFRESCO DE IOGURTE DUGH "
2 xícaras de iogurte
3 xícaras de água mineral ou da bica
3 colheres de hortelã picada1 colher (chá) de sal
1/2 colher (chá) de pimenta do reino preta moída na hora
Folhas de Hortelã para enfeitar

Misture os ingredientes numa jarra ou caneca grande.
Junte o gelo devagar a medida que mexe.
Enfeite com folhas de hortelã.
...

Não consegui parar de ler, o cheiro das especiarias parecia emanar das páginas do livro... Uma delicia de leitura, em todos os sentidos... Adoraria ir comer umas Orelhas de Elefante no Café Babilônia e ter longas conversas com as irmãs, proprietárias do local... É um livro para ser devorado, e foi exatamente o que eu fiz, simplesmente não consegui largar até terminar (claro que depois da aquela sensação de "nossa, ja acabou??)... Leiam é uma delicia de livro...!

Editora: Jaboticaba
Assunto: Romance
ISBN: 9788589894340

Idioma: Português
Edição: 1
Número de Páginas: 256

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Os Fios da Fortuna...


Prólogo


No início nada havia; depois houve. Antes de Deus não existia ninguém.

Era um vez uma camponesa que ansiava por ter um filho. Tentou de tudo - rezou, tomou chá de ervas, comeu ovos de tartaruga crus e aspergiu água em gatinhos recém-nascidos - , mas nada adiantou. Finalmente, amulher fez uma romaria até um cemitério distante que abrigava um velho leão de pedra. Chegando lá, esfregou o ventre contra o flanco do animal e, quando sentiu o leão tremer, voltou para casa cheia de esperança de que seu maior desejo se ralizasse. Na lua seguinte, concebeu sua filha única.

Desde o dia que nasceu, a menina foi a luz dos olhos dos pais.
{...} Quando fez quatroze anos, os pais decidiram que era hora de casá-la. A fim de juntar dinheiro para o dote, o pai trabalhou duro na lavoura {...}, e a mãe fiou lã até esfoalar os dedos, mas nem um nem outro foi capaz de conseguir o bastante. A menina viu que podia ajudar tecendo, para lhe servir de dote, um tapete que deslumbrasse os olhos. Em lugar de tons vermelho e marron, típicos da aldeia, seu tapete brilhava como azul turqueza de um céu de verão.

{...} A menina vendeu o tapete turqueza a um comerciante de sedas. {...} Uma vez que tinha o dote a menina pôde se casar, e a comemoração durou três dias e três noites. O marido alimentou-a de pepino em conserva durante a gravidez, e o casal teve sete filhos, um por ano. O livro da sua vida fora escrito com a tinta mais brilhante, e Insh'Allah continuasse assim até...

- A história não é essa - interrompi, arrumando o cobertor rústico dos meus ombros, enquanto o vento uivava lá fora. Minha mãe, Maheen, e eu estávamos sentadas, joelho contra joelho, mas falei baixinho porque os outros dormiam a poucos passos de distância.
- Tem razão, mas gosto de contar desse jeito - respondeu ela, acomodando um cacho de cabelo grisalho dentro da echarpe bastante gasta. - Era o que esperávamos para você.
- É um bom final - concordei -, mas vou contar do jeito que aconteceu.
- Mesmo com todas as partes tristes?
- É.
{...} Mamãe me lançou um olhar doce e esperançoso.
- Vamos lá, conte você! - disse ela.
Tomei um gole grande de chá forte, me sentei ereta e comecei a falar.

{Trecho extraído do Livro: Fios da Fortuna - Anita Amirrezvani}


Sinopse: Na Pérsia do século XVII, a vida de uma jovem aldeã sofre uma reviravolta após a passagem de um cometa. Seu pai morre e ela acaba conhecendo a miséria e a descrença. Com o tio, a jovem aprende a arte da tapeçaria, tornando-se a tapeceira preferida do xá Abbas. Com belíssimas metáforas sobre a força das pessoas na construção e costura de suas biografias, e permeada por lendas da antiga Pérsia, "Os Fios da Fortuna" é um romance emocionante que leva o leitor, num só fôlego, a torcer pelo destino de sua personagem, que sonha apenas em não ser mais uma jovem mulher sem nome. Os fios da fortuna é uma bela e intencional homenagem a todos os anônimos artesãos da tapeçaria persa. Anita Amirrezvani ficou nove anos pesquisando arquivos iranianos e escrevendo esse romance, mas com ele alcançou o lugar de uma das mais prestigiadas jovens escritoras do momento.
...
Eu confesso que comprei o livro pelo Título e pela Capa e não me decepcionei... Achei muito legal que cada capitulo comece com uma lenda e ela se mstura com a história... Apesar do sofrimento da personagem principal o livro é escrito de maneira belíssima.. Mas concordo com uma resenha lida no skoob que diz que a tradução do título foi uma traição, o original seria muito mais singelo: “The Blood of Flowers”

P.S.: A autora do comentário tem o nome de usuário: fsamanta, e a resenha original é essa aqui: RESENHA!

Editora: Nova Fronteira
Assunto: Literatura Estrangeira-Romances
ISBN: 9788520920121
Idioma: Português
Edição: 1
Número de Páginas: 384

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Sobre Riscos...


"Uma oportunidade conduz diretamente a outra,
assim como o risco leva a mais risco,
e a vida a mais vida"

{A Menina que Roubava Livros - pág. 77}

P.S.: Imagem Daqui!

Os Livros e Eu...


Quando me pedem para eleger um livro como meu favorito, me vejo diante de uma tarefa dificílima para quem gosta tanto de letras e histórias.

É possível apreciar um livro por diversos motivos: alguns são apreciados porque contêm histórias que envolvem; outros nos absorvem por causa do estilo do autor. A história pode nem ser tão interessante, mas o autor e sua habilidade com as palavras são capazes de tornar belo aquilo que poderia ser banal.

Mas e quando um livro nos conquista pelos conselhos que dá? Um livro também pode ser precioso quando nos ensina, nos guia e nos estimula.
...

quinta-feira, 9 de abril de 2009

O Nascimento de Vênus

"Hoje, relembrando, vejo mais como orgulho do que com gentileza o fato de meu pai, naquela primavera, ter trazido com ele, do Norte, o jovem pintor. A capela em nosso palazzo havia sido concluída recentemente e, por alguns meses, ele procurara o par de mãos certo para executar os afrescos do altar.

{...}
Na época em que o pintor foi viver conosco, em 1492 - lembro-me bem da data porque Lorenzo de Medici morreu nessa primavera -, o apetite florentino por tecidos vistosos nos tornara ricos. Nosso palazzo, recentemente concluído, ficava no lado leste da cidade, esta grande Catedral de Santa Maria del Fiore e a igreja de Sant'Ambroglio.

{...}
Relanceei os olhos pra cima, enquanto recobrava o fôlego, e percebi que os seus tinham-se fechado. Sabia que não estava dormindo.
- Você não está só, sabe? - disse eu. - Acho que muita gente a determinada altura da vida sente as trevas à sua volta, como se tivessem caído da mão de Deus, escorregado de seus dedos para as rochas embaixo. Acredito que Dante também tenha sentido isso. Acho que o seu grande talento tornou isso, de certa forma, mais difícil para ele. Como se fosse esperado mais dele porque recebera tanto. Mas se ele conseguiu reencontrar seu caminho, nós também conseguiremos."

{ Trecho extraído do Livro: O Nascimento de Vênus - Sarah Dunant}

Sinopse:
Antes de fazer 15 anos, Alessandra Cecchi começa a se interessar por arte quando seu pai, próspero comerciante de tecidos, leva um jovem pintor do norte da Europa para decorar a capela da família. O artista acaba despertando em Alessandra a paixão pela pintura, algo impensável para os padrões da época. Decidida a dar vazão à sua veia artística, a jovem entra em choque com a família. Ambientado em Florença dos Médici, no século XV.
...


Livro excelente, nos mostra a personagem principal durante o periodo de influ~encia dos Medici... Onde ela pode aprender mais sobre a arte que tanto ama com o jovem pintor contrato por sua famíla... Claro que os dois se apaixonam e o que segue depois é uma narrativa que prende até a última página... Drama, romance e claro, uma época da Historia da Europa como plano de fundo... Eu sou apaixonada por romances históricos, então fica a dica...  Vale a pena ler...

Editora: Record
Assunto: Literatura Estrangeira
ISBN: 8501069930
Idioma: Português
Tipo de Capa: BROCHURA
Edição: 1
Número de Páginas: 406

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Sobre Livros...


"(...) em pequeno, eu costumava maravilhar-me com o fato de que as letras de um livro fechado não se misturassem e se perdessem no decorrer da noite."

{Jorge Luis Borges}

Amor em Terra de Chamas



“Eu vivia um conto de fadas onde todos os sonhos se realizam, porque, depois de anos de hesitação, podia ver que Sarbast finalmente me amava. No entanto tive um rápido momento de dúvida. Por que razão o sentimento de amizade se transformara em amor? Eu o conquistara revelando a ternura do meu amor? Afastei da mente todas as questões que me perturbavam. Teria muito tempo para encontrar todas as respostas no nosso futuro.

Sarbast e eu nos sentamos tão próximos quanto era possível naquele jipe, os braços se tocando levemente. Quando Zakia se inclinou para falar com o motorista, Sarbast olhou em volta para certificar-se de que ninguém nos observava e beijou-me rapidamente os lábios.

Senti um arrepio delicioso e me deixei envolver pela sensação criada por aquele beijo.


Desde aquela primeira noite há tanto tempo, quando me apaixonei por Sarbast, havia passado horas incontáveis sonhando com o momento em que ele seria meu marido. Mas nunca poderia ter imaginado a alegria que experimentaria por simplesmente sentar-me ao lado dele.

E aquele beijo! Havia sido envolvente.


Senti-me tentada a corresponder diante do olhar curioso de Zakia e do motorista, mas apertei as mãos sobre o meu colo, virando-me para olhar para outras coisas e pensar em outro assunto. Qualquer um. Foi então que notei a magnitude da floresta à nossa volta. A estrada sinuosa era ladeada por bosques de nogueiras e pistache. Flores coloridas adornavam as encostas. O Curdistão era simplesmente o paraíso na Terra.


{...}

Aprendi a remover miúdos de uma galinha, ordenhar uma vaca e identificar aviões iraquianos inimigos. Aprendi que a primeira coisa que deveria fazer em qualquer nova locação nas montanhas era encontrar o abrigo mais próximo para refugiar-me em caso de bombardeio. Aprendi que compartilhar um inimigo cria camaradagem instantânea entre as pessoas, mesmo que elas sejam de idades distintas e tenham formações contrastantes. Aprendi que as esposas de peshmergas nunca são preguiçosas, que uma verdadeira mulher peshmerga luta determinada para apoiar o marido e a causa. Aprendi que teria uma vida primitiva. Aprendi que havia tomado a melhor decisão de minha vida aceitando a proposta de casamento de Sarbast e unindo-me a ele no Curdistão para viver como guerrilheira da liberdade. Finalmente aprendi que estava em condição de realizar o sonho de toda uma vida, apoiar a causa curda.”


{Trecho extraído do Livro: Amor em Terra de Chamas – Jean Sasson}

Sinopse:
Na obra, a autora, que assina outros sucessos como Mayada e Princesa sultana, conta a impressionante história real de Joanna do Curdistão. Com uma narrativa envolvente, Jean Sasson apresenta a luta dos curdos pela independência, permeada por uma emocionante história de amor vivida durante os sombrios dias da Guerra Irã-Iraque.Embora o Iraque seja tema recorrente em algumas das principais manchetes de jornais e revistas em todo o mundo, a história do povo curdo e sua luta pela sobrevivência sob o domínio de Saddam Hussein jamais foi contada com tanta sensibilidade. Nesta incrível narrativa, Jean Sasson revela para o leitor uma personagem real e forte, que enfrenta as rígidas regras sociais de seu povo para viver intensamente uma história de amor pelo Curdistão e pelo guerrilheiro com quem se casa.Criada em Bagdá pelos pais, um iraquiano árabe e uma curda, Joanna al-Askari teve uma infância cheia de medo e insegurança sob o brutal regime do partido Baath, de Saddam, intercalada por alegres verões com a família no Curdistão. Ainda menina, ela sonhava com o dia que se apaixonaria por um guerreiro curdo com o qual se casaria e com quem lutaria pela liberdade do Curdistão. Aos 15 anos, seus sonhos se tornam realidade, ela conhece um guerreiro curdo genuíno e, neste momento, se inicia uma emocionante história de amor tão envolvente e movimentada quanto a luta dos curdos pela independência. Jean Sasson conta toda a história de Joanna desde sua tenra infância até os dias mais escuros da Guerra Irã-Iraque que sucederam seu casamento com Sarbast, um atuante peshmerga, com quem seguiu para a luta no Curdistão. Cegueira temporária decorrente de um ataque químico, bombardeios noturnos, interrogações da polícia secreta, prisões infernais, incluindo o resgate de uma parente desaparecida de um dos campos de refugiados na fronteira do Irã, foram algumas das muitas adversidades enfrentadas por Joanna, que em nenhum momento desistiu de lutar por seus ideais.Através do olhar de Joanna, em Amor em terra de chamas, o mundo dos curdos ganha vida. Da beleza estonteante das montanhas e flores coloridas que adornam a paisagem às festas, canções e danças, enfim, tudo desperta um interesse no leitor em saber sobre os costumes, tradições e dia-a dia de um povo que vive tão distante do propagado universo cosmopolita ocidental. No livro, Jean expõe um cativante retrato de uma terra fascinante e de uma cultura encantadora. Envolvente e inspirador, o relato de Joanna sobre tragédia e triunfo é um emocionante atestado do poder do amor, da força do espírito humano e de uma vontade inabalável de vencer, apesar de todas as contrariedades.
...
O livro é baseado em fatos reais, confomr a história nos é apresentada vemos as atrocidades cometidas durante a guerra dos Curdos contra o Iraque... É de certa forma chocante, mas muito interessante... O livro também traz fotos, que ajudaram a enriquecer suas páginas.
Editora: Bestseller EditoraAssunto: Biografias, Diarios, Memorias & Correspondencias
ISBN: 9788576841937
Idioma: Português
Tipo de Capa: BROCHURA
Edição: 1
Número de Páginas: 364

terça-feira, 7 de abril de 2009

O Historiador


“A você leitor sagaz, confio a minha história...”

Nota do Leitor


Nunca tive a intenção de passar para o papel a história que se segue. Recentemente, contudo, uma espécie de choque forçou-me a relembrar os episódios mais perturbadores da minha vida e das vidas das pessoas a quem mais amei. Esta é a história de como, quando eu tinha 16 anos, saí em busca do meu pai e de seu passado, e de como ele próprio saiu em busca de seu amado mentor e da história desse mentor, e de como nós todos nos encontramos trilhando alguns dos caminhos mais sombrios da história. É o relato de quem sobreviveu, e por quê. Como historiadora que sou, aprendi que, na realidade, nem todos os que se voltam para a história do passado conseguem sobreviver. E não e só voltar para trás que nos pões em perigo; às vezes, a própria história estende inexoravelmente para frente a sua garra e tenta nos alcançar.{...}

Capítulo 2


Você já sabe, disse meu pai, que antes do seu nascimento eu dava aulas em uma universidade norte-americana. Antes disso, estudei durante muitos anos para me tornar professor. A princípio, achava que eu iria estudar literatura. Então, descobri que gostava mais de histórias verdadeiras do que das imaginárias. Todas as histórias literárias que lia me levavam a algum tipo de...exploração... da História. E assim acabei me rendendo a ela. E fico muito satisfeito que você também se interesse por História.Em uma noite de primavera, quando eu ainda era estudante de pós-graduação, estava em meu compartimento de estudos na biblioteca da universidade, sentado sozinho tarde da noite entre fileiras e fileiras de livros. Ao levantar os olhos de meu trabalho, notei que alguém havia deixado um livro cujo a lombada nunca vira no meio dos meus livros, que ficavam numa prateleira acima da minha escrivaninha. A lombada desse livro mostrava um pequeno dragão de desenho elegante, verde sobre um fundo de couro claro.Não me lembrava de ter visto aquele livro ali ou em qualquer outro lugar, por isso eu o peguei e folheei sem pensar muito. A encadernação era de couro macio, esmaecido, e as páginas dentro dele pareciam muito velhas. Abriu com facilidade justamente no meio. Ocupando essas duas páginas centrais, vi uma xilogravura com a imagem de um dragão de asas abertas e uma comprida cauda enrolada, uma fera à solta, enraivecida, as garras à mostra. Das garras do dragão pendia um estandarte no qual havia uma única palavra escrita em caracteres góticos: DRAKULYA.

{...}- Trouxe uma curiosidade para você, Ross. Alguém deixou por engano uma coisa bastante mórbida em minha mesa de estudos na biblioteca há dois dias e resolvi trazê-la para você dar uma olhada.
- Deixe-me ver.
– Ele pousou a delicada xícara na mesa e estendeu a mão para pegar meu livro.
– Boa encadernação. Este pode ser até algum tipo de velino pesado. E tem relevo na lombada. – Algo na lombada do livro fez ficar sombrio o seu olhar sempre claro.
- Abra-o. {...}
- É vazio.
– Pousou-o aberto sobre a escrivaninha.
– Todo em branco.
- Não é esquisito?
{...}- É bem antigo. Mas não está em branco porque esteja inacabado. Está apenas dramaticamente em branco para dar destaque à gravura do centro. {...} Pertence mesmo a alguém.
- Quer dizer que sabe de quem é?
{...}- Sei. É seu.
{...}- O que está tentando me dizer?
- Drácula – ele fez uma pausa. – Drácula... Vlad Tepes... ainda está vivo.”


{Trecho Extraído do Livro: O Historiador – Elizabeth Kostova}

Sinopse:
Certa noite bem tarde, ao explorar a biblioteca do pai, uma jovem encontra um livro antigo e um maço de cartas amareladas. As cartas estão todas endereçadas a "Meu caro e desventurado sucessor", e fazem mergulhar em um mundo com o qual ela nunca sonhou – um labirinto onde os segredos do passado de seu pai e o misterioso destino de sua mãe convergem para um mal inconcebível escondido nas profundezas da história.As cartas fazem alusão a um dos poderes mais maléficos que a humanidade jamais conheceu, e a uma busca secular pela origem desse mal e sua erradicação. É uma caça à verdade sobre Vlad, o Empalador, o governante medieval cujo bárbaro reinado gerou a lenda de Drácula. Gerações de historiadores arriscaram reputação, sanidade, e até mesmo as próprias vidas para conhecer essa verdade. Agora, uma jovem precisa decidir continuar ou não essa busca – e seguir seu pai em uma caçada que quase o levou à ruína anos antes, quando ele era um estudante universitário cheio de energia e sua mãe ainda era viva.O que a lenda de Vlad, o Empalador tem a ver com o mundo moderno? A resposta a esta pergunta atravessa o tempo e as fronteiras, enquanto primeiro o pai e depois a filha perseguem pistas que os levam de empoeiradas bibliotecas de universidades norte-americanas a Istambul, Budapeste e os confins da Europa oriental. Em cada cidade, monastério e arquivo, em cartas e conversas secretas, emerge a horrível verdade sobre o feroz reinado de Vlad – e sobre um pacto atemporal que pode ter mantido sua monstruosa obra viva através dos tempos.Juntando indícios escondidos e textos até então desconhecidos, e interpretando as mensagens em código enredadas na trama das tradições monásticas medievais – bem como esquivando-se dos adversários que farão de tudo para proteger os milenares poderes de Vlad –, uma mulher desvenda o segredo de seu passado e enfrenta a própria definição do mal. O HISTORIADOR é uma aventura de proporções monumentais, uma narrativa incansável que mistura fato e fantasia, passado e presente, em um estilo de suspense quase intolerável – e impossível de esquecer.
...



Muito interesse, a maneira como são descritos os lugares por onde os personagens passam é perfeita!!! A história é muito envolvente, e com uma curiosidade, em nenhum momento é dito o nome da personagem principal (na minha opinião ela se chama Elizabeth, nome da autora, pois ela inicia o livro com a frase: A você leitor sagaz confio a minha história). Em alguns momentos eu cheguei a sentir um certo medo (rs). Vale muito a pena!

Editora: Objetiva
Assunto: Literatura Estrangeira
ISBN: 857302710x
Idioma: Português
Tipo de Capa: BROCHURA
Edição: 1
Número de Páginas: 544

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Mulheres de Cabul

“Fomos esquecidas e precisamos ter o direito de falar. Se ninguém escutar o que dissermos, nada mudará...”


Yelda, 9 anos:

"A caminho da escola, escondíamos nossos livros dentro do Sagrado Corão. Eu sabia que se os talebans me pegassem indo pra escola, eu seria espancada. Acho que os talebans não queriam que fôssemos a escola. Os talebans diziam: “Meninos são homens, meninas são mulheres, e mulheres não vão à escola”. Fiquei muito triste e com raiva quando fizeram aquilo conosco. Os meninos podiam ir pra escola sem esconder seus livros, sem medo, mas nós tínhamos que nos esconder. Gosto de todas as matérias da escola. Também gosto de cozinhar. Quero concluir meus estudos e ser médica. Estou feliz agora que os talebans foram embora e posso ir a escola livremente. Também posso ver televisão e assistir programas infantis.Quero estudar e ir a escola. Isso, porque, no futuro, quero ajudar meu povo que é muito pobre.Quero que as crianças de outros países também tenham o direito de ir à escola. O estudo é bom para todas as pessoas. As outras crianças devem ser corajosas, como nós, as meninas do Afeganistão fomos”

{Trecho Extraído do Livro: Mulheres de Cabul - Herriet Logan}

Sinopse:
O livro "Mulheres de Cabul", da premiada fotógrafa inglesa Harriet Logan, amplia, de maneira mais realista, o universo afegão mostrado em "O Caçador de Pipas", de Khaled Hosseini, e em "O Livreiro de Cabul", de Asne Seierstad, os principais bestsellers deste ano em todas as listas. Com mais uma vantagem: traz dezenas de belíssimas fotos. Trata-se de uma reportagem viva, emocionante, quase inacreditável, que supera qualquer ficção. Harriet visitou o Afeganistão para ouvir e fotografar dezenas de mulheres durante o regime do Taleban e depois dele. Durante o regime do Taleban, de setembro de 1996 a outubro de 2001, as mulheres do Afeganistão foram submetidas a absurdas leis repressoras, como não poder trabalhar fora nem freqüentar escolas. Era proibido rir em público, ouvir música, empinar pipas, e fotografias eram consideradas formas de idolatria. Foi nesse mundo de trevas que Harriet Logan mergulhou em busca de histórias e imagens humanas e dolorosas, a convite da London Sunday Times Magazine, em dezembro de 1997, quinze meses depois que o Taleban havia assumido o controle do Afeganistão. Era uma missão perigosa, mas o risco valeu a pena, como se pode confirmar nas páginas de "Mulheres de Cabul". Algumas das mulheres ouvidas e fotografadas em 1997 foram novamente visitadas por Harriet após a queda do Taleban, em 2001, como Zargoona (professora de física antes do regime do Taleban), que chorou nas duas vezes em que recebeu Harriet em casa. Sanam, uma garota de nove anos, que sonha em ser médica, pôde comemorar os novos tempos de liberdade com sua boneca chamada Sadaf. "Quando os Talebans estavam aqui, eu precisava esconder minha boneca atrás de mim, porque se eles a encontrassem, teriam me batido."
...
O livro mostra a triste realidade de um pais devastado pela guerra contra a Rússia e depois levado ao primitivismo do Taleban. A realidade dessas mulheres é exposta de maneira profundamente explícita em relatos e fotos. É um livro de reportagem, e precisa ser sempre lembrado, para que fatos como esses não voltem a acontecer!

Editora: Ediouro
Assunto: Comunicaçao-Jornalismo
ISBN: 8560302018
Idioma: Português
Tipo de Capa: BROCHURA
Edição: 1
Número de Páginas: 128

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Livro Caro...


Livro de Tomas Alexander Hartmann tem apenas 13 páginas e custa 153 milhões de euros. (Foto: Reprodução)

O escritor alemão Tomas Alexander Hartmann apresentará em março deste ano pela última vez o livro “Die Aufgabe” (”A Tarefa”), que tem apenas 13 páginas e custa 153 milhões de euros (cerca de R$ 512 milhões), segundo o jornal espanhol “Metro”.

O preço do livro, que foi apresentado pela primeira vez ao público na Book Expo America 2008 Fair, feira de livros que aconteceu em Los Angeles, é elevado porque, segundo Hartmann, responde as três questões mais importantes da humanidade em menos de 300 frases.

“De onde viemos?, Para onde vamos?, Qual é a missão real que estamos por realizar?” Essas são algumas das dúvidas que o autor promete decifrar para quem estiver disposto a pagar mais de R$ 500 milhões pelo livro de 13 páginas.

Segundo o Metro, o autor diz estar cansado das críticas que tem recebido por causa do valor do seu livro. Por isso, ele decidiu que não vai mais expor a obra depois da feira de Art Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, que acontecerá em março.
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