segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Sobre Leitura...


"Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história."

{Bill Gates}

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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Eu Penso Assim...


"Sempre imaginei que o paraíso
fosse uma espécie de livraria."

{Jorge Luiz Borges}
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domingo, 22 de novembro de 2009

As Virgens de Vivaldi...


1710 ANNO DOMINI

Madre mia caríssima



Queria mãe, escrevo para a senhora em estado de desespero! Às vezes acho que Deus deve me odiar para me deixar aqui, longe daqueles a quem amo. E, no entanto, não tenho servido bem a Deus, dedicando minha juventude a cantar os Seus louvores? O que fiz para ser abandonada aqui – de novo e mais uma vez ser abandonada aqui? Como eu gostaria que, de algum modo, a senhora pudesse me mandar uma palavra dizendo que eu não lhe escrevo em vão.

{...}
Nós estamos aqui para orar por Veneza e pela graça da República aos olhos de Deus. Mas descobri o tesouro secreto dessa nossa tarefa, e ele não tem nada a ver com qualquer bem mais elevado, mas apenas com minha própria satisfação.
Pronto, agora a senhora pode ver como sou egoísta. E talvez eu seja, na verdade, bem filha de minha mãe. Não há dúvida de que é mais conveniente para a senhora manter-se escondida de mim.

{...}
Vou lacrar esta carta e entregar para irmã Laura. Gosto de imaginar a senhora quebrando o lacre de minhas cartas. Tento alcançá-las através do vazio que nos tem separado e talvez nos separará para sempre. Escrevo e escrevo, muito embora tenha receio de que a senhora nunca vá ler estas cartas. Que irmã Laura simplesmente as lance ao fogo, satisfeita por ter me dado a ilusão de ser filha de alguém.
Através desse vazio, entretanto, envio beijos para a senhora. E o meu amor.


Anna Maria dal Violin





{Trecho Extraído do Livro: As Virgens de Vivaldi - Barbara Quick}



Sinopse: A Veneza do século XVIII, do alto de seu esplendor e decadência, é recriada por Barbara Quick neste fascinante romance. Personagens e contexto históricos construídos a partir de pesquisa e imaginação literária primorosa numa história de desejo e intriga, verdades ditas pela metade e mentiras venenosas. As Virgens de Vivaldi apresenta a história de Anna Maria dal Violin, uma personagem real que viveu em Veneza no início do século XVIII. Orfã moradora do Ospedale dela Pietà - orfanato onde as crianças recebem orientação musical - Anna Maria, apesar de muito jovem, desperta o interesse de Vivaldi devido à sua excelente habilidade com o violino. A protagonista, que narra a história já na idade adulta e por meio de cartas que escreveu quando criança, é talentosa e trabalha arduamente no aprimoramento de suas qualidades artísticas. Contudo, seus maiores desejos são: descobrir quem é sua mãe biológica e conhecer o mundo fora do orfanato. Isto a leva a fugir para fora de sua casa e cair no submundo de Veneza, cidade onde durante metade do ano as pessoas usam máscaras e se enclausuram no anonimato do carnaval. Nada é o que parece ser.As Virgens de Vivaldi lança um olhar fascinante no interior da fonte da herança musical de Vivaldi, que se entrelaça com a história envolvente de uma jovem à beira da maturidade em lugar e época deliciosamente marcantes.
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Opinião: Escrito de uma forma bastante lúdica, As Virgens de Vivaldi se passa em uma das cidades mais exóticasdo mundo, La Serenissima, Veneza!... Um livro lindo, escrito de maneira muito bela... Com certeza enquanto estamos lendo podemos ouvir a música de Vivaldi ao fundo... Vale muiiiiiiiito a pena! Esse é pra guardar entre os meus preferidos!


I.S.B.N.: 9788528613902
Acabamento : Brochura
Edição : 1ª Ed. / 2009
Idioma : Português
País de Origem : Brasil
Número de Paginas : 352

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

As Virgens de Vivaldi...


“Não vou discorrer sobre a infelicidade de perde-la – porque a tive o tempo todo. Agora sei disso. Sei que foi amor por mim que a fez guardar segredos por todos esses anos.

Estou zangada, mas não com a senhora. Eu me sinto enganada, mas não pela senhora. E esses dois sentimentos perturbadores são bem suavizados pela sensação de ter sido recompensada.

Eu costumava perguntar a mim mesma o que a tornava tão clama e serena e bondosa em sua existência enclausurada aqui, quando a senhora podia muito bem imaginar a outra vida que poderia ter tido, vivendo num palazzo, cercada de tudo de bom que mundo tem a oferecer a uma zentildonna nobile bem casada. E agora eu sei: eu era a razão. Estar perto de mim – ajudando-me, ensinando-me, guiando-me como a melhor das mães – era o suficiente para a senhora. A senhora não esperava recompensa nem reconhecimento por fazê-lo. O simples fato de eu existir a fazia feliz.

Saber disso mudou tudo para mim.”

{Barbara Quick - páginas 285 e 286}

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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

As Virgens de Vivaldi...


"Chego a acreditar que a música é a única companheira, a única professora, a única progenitora, a única amiga que nunca me abandonará. Todo esforço que lhe dedico é recompensado. Ela nunca despreza o meu amor, nunca deixa de responder às minhas perguntas. Eu dou, e ela retribui. Eu bebo, e - como a fonte do conto persa - ela nunca seca. Toco, e ela me fala dos meus sentimentos, e sempre me diz a verdade."

{Bárbara Quick - p. 220}

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sexta-feira, 13 de novembro de 2009

As Virgens de Vivaldi...


"Eu nunca tive queda pelo remorso, apesar do grande apreço que lhe conferem. A mim, parece, em geral um estado de espírito que causa mais mal do que bem. Dizem que é a porta do Paraíso - mas essa porta está fechada para mim. E. sendo assim, que uso posso fazer de um sentimento que só me abriria a porta para a tristeza e a dor?"

{página 112}

Anna Maria dal Violin, personagem de Barbara Quick
in As Virgens de Vivaldi.

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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

As Virgens de Vivaldi...

Lendo:

1709 - ANO DOMINI

Querida mãe,

Assim que aprendi a manejar a pena e a traçar as primeiras letras, pensei em escrever para a senhora. Em minha imaginação, escrevia muitas cartas como esta, e a senhora as lia. Elas a faziam chorar. Com o poder de uma música magnífica primorosamente executada, elas a traziam de volta a este lugar para me reconhecer como filha.

Será que alguma vez ocupei seus pensamentos como a senhora ocupou os meus? Será que os meus olhos a fariam lembrar da criança que eu era quando me viu pela última vez?
Quando deparo com meu reflexo numa janela obscurecida, às vezes me surpreendo ao ver o rosto de uma jovem mulher olhando para mim. Quão mais surpresa a senhora não ficaria ao constatar o trabalho de transformação do tempo?

{página 11}
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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Viva Chama...


Março de 1792


"Havia algo de humilhante em esperar na carroça numa agitada rua de Londres com todos os seus pertences amontoados em volta, à vista da curiosidade das pessoas. Jem Kellaway estava sentado numa pilha de cadeiras estilo Windsor que o pai havia fabricado havia anos para a família, e observava, abismado, os transeuntes inspecionarem sem qualquer pudor o carregamento da carroça. Ele não estava acostunao a ver tantos estranhos de uma só vez (o aparecimento de algum na aldeia de Dorsetshire, onde morava, era acontecimento para ser comentado por vários dias), nem chamar a atenção e ser observado. Agachou-se no meio dos onjetos da família, tentando ficar menos visível. Menino magrelo de cara comprida, profundos olhos azuis e bonitos cabelos louros caindo em cachos até abaixo das orelhas, Jem não gostava de chamar atenção, e as pessoas olhavam mais para as posses da família do que para ele. Um casal chegou a passar a manusear algumas coisas, como se estivesse apertando pêssegos num carrinho de mão, para ver qual o mais maduro: a mulher pegava na barra de uma camisola que saía da bolsa de alça; o homem testava os dentes de um dos serrotes de Thomas Kellaway para ver se estavam afiados. Mesmo quando Jem gritou "Largue isso!", ele demorou a colocá-lo no lugar.

{...}
A carroça em que viajavam, conduzida pelo Sr. Smart, um nativo de Piddle Valley dottado de um incomum senso de aventura, estava parada em frente ao Anfiteatro de Astley. Tendo apenas uma vaga ideia de onde encontrar Phillip Astley, e enhuma da imensidão que era Londres, Thomas Kellaway achava que podia ficar estacionado no centro da cidade, em frente ao anfiteatro onde se apresentava o Circo Astley, exatamente como faria em Dorchester. Para sorte deles, o Circo Astley era muito conhecido em Londres, e logo encontraram a grande construção no final da ponte Westminster, com seu treto abobadado de madeira terminando em ponta e entrada adornada de quatro colunas. Uma imensa bandeira branca tremulava ao vento no alto do teto, com dizeres ANFITEATRO, em preto, de um lado, DE ASTLEY, em vermelho do outro.

{Trecho Extraído do Livro: Viva Chama - Tracy Chevalier}

Sinopse: Neste novo romance, Tracy Chevalier foca sua história na cidade de Londres do século 18 e na vizinhança onde vive o pintor, poeta e visionário William Blake. No livro, o artista explora o estado de inocência e experiência dos personagens, tema de sua obra-prima, Canções da Experiência e da Inocência. A história é contada a partir da perspectiva de alguns vizinhos, em especial, duas famílias, uma que chegou recentemente do interior? que representa a inocência? e outra já costumada com a vida em Londres? que representa a experiência. Após a trágica morte de um dos filhos, os Kellaway abandonam a pacata e provinciana Dorset para se estabelecerem na capital, em pleno terror antijacobino. O patriarca, Thomas Kellaway, consegue trabalho como carpinteiro do circo do excêntrico e poderoso Philip Astley, cujos espetáculos causam furor enorme na sociedade. Logo no início, Jem Kellaway e sua irmã, Maisie, encantam-se com a esperta e fogosa Maggie Butterfield. Uma surpreendente amizade nasce entre eles enquanto se aproximam do vizinho William Blake. Com o tempo, os três começam a frequentar o jardim do artista, que não tenta influenciá-los com seus ideais políticos, mas sim, incentivá-los a ler e entender poesia.
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Opinião: A autora é muito conhecida por dar voz a personagens e obras de arte famosos. Dessa vez o poeta inglês Willian Blake serve de pano de fundo para a história de duas famílias, vizinhas do poeta,  e seus costumes diferentes. A autora tece com maestria mais uma vez nos brindando com um exclente livro.

Editora: Bertrand Brasil
Assunto: Literatura Estrangeira-Romances
ISBN: 9788528613971
Idioma: Português
Tipo de Capa: BROCHURA
Edição: 1
Número de Páginas: 416

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

A Menina que Roubava Livros...


“Doido ou não, Rudy sempre esteve destinado a ser o melhor amigo de Liesel. Uma bolada de neve na cara é, com certeza, o começo perfeito de uma amizade duradoura.Dias depois do início das aulas, Liesel começou a ir à escola com os Steiner. A mãe de Rudy, Barbara, o fez prometer andar junto com a menina nova, principalmente por ter ouvido falar da bolada de neve. A favor de Rudy, verdade seja dita, ele ficou feliz em obedecer. Não tinha nada daquele tipo de garotinho misógino. Gostava muito de meninas e gostava de Liesel (daí a bolada de neve). Na verdade, Rudy Steiner era um daqueles cretininhos audaciosos que gostam de se engraçar com as mocinhas. Toda infância parece ter exatamente um desses jovens em seu meio e suas brumas. É o garoto que se recusa a temer o sexo oposto, puramente porque todos os outros abraçam esse medo, e é o tipo que não teme tomar decisões. Nesse caro, Rudy já se decidira a respeito de Liesel Meminger.”

{Markus Zusak - p. 47}

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segunda-feira, 2 de novembro de 2009