quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Eu Sou o Mensageiro...


"Vou te contar um pouco sobre minha vida.
Toda semana, pelo menos em algumas noites, eu jogo cartas.
E o que fazemos.
Jogamos um lance chamado Porre, que não tem nada de difícil e é o único jogo que a gente curte sem cair no bate-boca toda hora.
Tem o Marv, que nunca fecha a matraca, que fica lá sentado, tentando fumar charutos e curtir ao mesmo tempo.
Tem o Ritchie, que fica sempre na dele, exibindo uma tatuagemsupertosca no braço direito. Ele tira um gole de sua VB long-neck do inícioao fim e toca no bigodinho, que parece até que foi colado fio por fionaquela cara de moleque.
Tem a Audrey. Audrey sempre se senta de cara pra mim, bem naminha frente, não interessa o jogo. Ela tem cabelo amarelo, pernas finas, osorrisinho torto mais lindo do mundo, quadris enlouquecedores e se amarraem ver filmes. Ela também trabalha como taxista.
Daí vem eu.
Antes até de começar a entrar em detalhes sobre mim, acho melhor ir contando alguns outros fatos:
1.Quando tinha 19 anos, Bob Dylan já era veterano da noite do Greenwich Village, em Nova York.
2. Salvador Dalí já tinha pintado uma porrada de quadros
sensacionais e se rebelado quando fez 19 anos.
3. Joana D'Arc era a mulher mais procurada e caçada no mundo quando tinha 19 anos, tendo criado uma revolução.

Daí vem Ed Kennedy, também com 19 anos de idade...
Um pouco antes do assalto lá no banco, eu já estava fazendo um balanço geral de minha vida.
Taxista— pra conseguir este emprego, tive que mentir na idade. (É preciso ter no mínimo 20 anos.)
Não segue carreira nenhuma.
Não tem o menor respeito na comunidade."

{Trecho Extraído do Livro: Eu Sou o Mensageiro - Markus Zusak}

Sinopse: Venha conhecer Ed Kennedy. Dezenove anos. Um perdedor.
Seu emprego: taxista. Sua filiação: um pai morto pela birita e uma mãe amarga, ranzinza. Sua companhia constante: um cachorro fedorento e um punhado de amigos fracassados.
Sua missão: algo de muito importante, com o potencial de mudar algumas vidas. Por quê? Determinado por quem? Isso nem ele sabe.
Markus Zusak, autor do best-seller A Menina que Roubava Livros, nos fornece essas respostas bem aos poucos neste incomum romance de suspense, escrito antes do seu maior sucesso. O que se sabe é que Ed, um dia, teve a coragem de impedir um assalto a banco. E que, um pouco depois disso, começou a receber cartas anônimas. O conteúdo: invariavelmente, uma carta de baralho, um ou mais endereços e... só. Fazer o que nesses lugares? Procurar quem? Isso ele só saberá se for. Se tentar descobrir. E, com o misto de destemor e resignação dos mais clássicos anti-heróis, daqueles que sabem não ter mesmo nada a perder nesse mundo, é o que ele faz.
Ed conhecerá novas pessoas nessa jornada. Conhecerá melhor algumas pessoas nem tão novas assim. Mas, acima de tudo, a sua missão é de autoconhecimento. Ao final dela, ele entenderá melhor seu potencial no mundo e em que consiste ser um mensageiro

Palavra-Chave: Envolvente!!!

Editora: Intrinseca
Assunto: Literatura Estrangeira
ISBN: 9788598078298
Idioma: Português
Tipo de Capa: BROCHURA
Edição: 1
Número de Páginas: 320


Início: 27/09/2010
Término: 29/09/2010

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Eu Sou o Mensageiro...


s vezes as pessoas são bonitas.
Não pela aparência física.
Nem pelo que dizem.
Só pelo que são."

{página: 199}

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Eu Sou o Mensageiro...

Lendo:



"Noite de terça-feira. Chego do trabalho e pego as correspondências na caixa de correio - luz e gás - e de umas propagandas, tem um envelope pequeno. Jogo tudo na mesa e deixo pra lá. Meu nome está escrito com uns garranchos e fico curioso pra saber do que se trata. Vou para cozinha e preparo um sanduba, fico pensando em ir logo lá abrir o troço pra saber o que é. Só que acabo esquecendo.
Já é bem tarde quando resolvo abrir o envelope.
Passo a mão.
Sinto alguma coisa.
Sinto um negócio solto dentro do envelope quando rasgo pra ver o que é. A noite está fria, como em toda a primavera.
Eu tremo.
Vejo meu reflexo na tela da TV e na foto de minha família.
Porteiro ronca.
{...}

É um ás de ouros.
Na luz fraca de minha sala, seguro a carta com cuidado, como se ela fosse quebrar ou amassar na minha mão. Tem três endereços escritos na mesma letra do envelope. Leio devagar, com todo o cuidado. Tem uma vibe sinistra passando pelas minhas mãos. A vibe penetra no meu corpo e corre tudo, corroendo silenciosamente meus pensamentos.Leio:

Rua Edgar, nº 45, meia noite.
Avenida Harrison, nº 13, 18:00.
Rua Macedoni, nº 6, 5:30 da manhã."

{página: 28}

Obs.: Já tenho esse livro faz um tempinho (comprei em 2008), mas por motivos que eu não sei explicar não consegui dar continuidade a leitura, ficando guardado na minha estante todo esse tempo.

sábado, 25 de setembro de 2010

Resistência...


Paris, Páscoa, 13 de Abril de 1943
Meu diário termina em 13 de abril. Entretanto, minhas lembranças são tão claras que posso escrevê-las seguindo uma ordem rigorosa. Tudo está anotado em minha memória como se escrito em cadernos, tudo se encadeia, basta virar lentamente as páginas. Praticamente cada uma dessas páginas está ilustrada com uma imagem bárbara. Muitas mulheres, milhares e milhares de mulheres, viram as imagens que vou descrever. Foram, como eu, personagens quase insignificantes que povoaram essas ilustrações como um "acessório da História contemporânea". Meu testemunho será mais um entre tantos outros. Não terá senão uma qualidade: a Verdade, a Verdade absoluta. Minhas companheiras estão aí, elas sabem que as cores de que me sirvo para pintar essas imagens são propositalmente menos vivas que as naturais. Preferi assim. São imagens como as de antigamente, de Épinal ou de Órleans, mal pintadas, a cor escorrendo aqui e acolá.
Imagens sem arte, imagens reais...

{...}

Wanfried, 29 de Março de 1945
Temos a nítida sensação de viver as últimas horas de cativeiro. Devem ter dobrado a nossa dose de brometo, pois, apesar do nervosismo, dormimos com a cabeça deitada na mesa. Ninguém nos repreende. Pedem apenas para que fiquemos calmas. Não se fala mais em trabalho, fazemos o que queremos. Da janela do dormitório vemos as longas filas de refugiados, tanto civis quanto militares. Como eles passam muito ao longe, não dá para identificar o uniforme. Alguns grupos empunham uma bandeira branca. Pelo passo lento, percebe-se que estão todos cansados, exaustos. Somos solidárias, sentimos pena de todos esses homens que sofrem. Se ao menos pudéssemos fazer algo por eles! Nossos padrinhos de Schwelm talvez estejam na mesma estrada, em algum lugar, metade deles mortos de esgotamento.

{Trecho Extraído do Livro: Resistência - Agnès Humbert}

Sinopse: Mistura de diário e memória, Resistência foi publicado pela primeira vez em 1946 e é um relato surpreendentemente bem-humorado e irônico de Agnès Humbert. Após a invasão dos alemães em Paris, Agnès, historiadora da arte, resolve fundar junto com seus colegas do museu o primeiro movimento de resistência na capital francesa. Agnès e seus amigos faziam o que podiam: convocar pequenas greves estratégicas, retirar as moedas de circulação, distribuir um pequeno jornal que informava todas as ações do movimento e suas conseqüências. Até que os alemães a prenderam e a levaram para um campo de concentração. Lá os horrores da guerra a atingiram em cheio. Agnès decidiu resistir mais uma vez. E conseguiu.
Resistência é o testemunho vivo de uma época e suas questões, o depoimento pessoal de uma mulher forte que sempre soube que estava do lado da vida e da liberdade.

Palavra-Chave: Coragem!!! (Ou se vc preferir a palavra que define o livro é a mesma utilizada no título: Resistência!)

Editora: Nova Fronteira
Assunto: Biografias, Diários, Memórias & Correspondências
ISBN: 9788598078359
Idioma: Português
Tipo de Capa: BROCHURA
Edição: 1
Número de Páginas: 344


Início: 20/09/2010
Término: 25/09/2010

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Resistência...

Lendo:


Prefácio - Marina Colasanti

"{...}
Silenciosa força interior, isso é que têm as mulheres. Uma força discreta que, sem alarde, alimenta seus gestos de coragem e, tantas vezes, permite que conservem a cabeça erguida nas circunstâncias mais duras. Essa é a força que manteve Agnès viva e íntegra ao longo dos cinco anos de provações. E que ela nos entrega em seu diário, dizendo-se apenas um elemento pequeno em seu grupo de resistência. Lendo o que ela escreveu, entretanto, uma pergunta aflora, inevitável: seria mesmo justo considerá-la pequena?"

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A Herança de Ana Bolena...


TRÊS mulheres, UM SÓ prêmio:
a COROA da INGLATERRA."

"Deus sabe tudo e já decidiu que sou tão má, que devo morrer antes de completar 17 anos, é difícil entender qual o sentido de uma confissão.
Ele faz uma reverência é sai. Os soldados fazem uma reverência e fecham a porta. Olho pela janela os trabalhadores armando o cadafalso lá embaixo. Parece que concluirão o trabalho hoje à noite. Talvez esteja pronto amanhã.
É preciso dois deles para trazerem o tronco, resfolegando como se fosse pesado, e vários olhares de relance me são lançados como se eu fosse excêntrica pro precisar ensaiar. Na verdade, se tivessem sido rainha da Inglaterra como eu, quando ainda era uma menina, saberiam o conforto que é realizar as cerimônias de maneira correta. Não há nada pior no mundo do que não saber o que se deve fazer e parecer um bobo.
Ajoelho-me diante da coisa e abaixo a cabeça sobre ela. Não vou dizer que seja confortável, Experimento com a cabeça virada para o lado e, depois para o outro. Não muda muito uma ou outra direção, e nem a vista vai mudar, já que estarei com os olhos vendados, e por baixo da venda meus olhos estarão bem fechados, esperando como uma criança que isso não esteja acontecendo de verdade. A madeira é macia, fria sobre a minha bochecha quente.
Acho que realmente tenho que fazer isso.
Sento-me em meus calcacanhares e olho a maldita coisa. De fato, se não fosse tão terrível, eu riria. O tempo todo achei que tinha herdado a herança Bolena da graça, beleza e encanto, e por fim tudo o que acabei herdando foi isso: o tronco dela. Esta é a minha herança Bolena. Voilá: o tronco do carrasco.

{Trecho Extraído do Livro: A Herança de Ana Bolena - Philippa Gregory}

Sinopse: Em 1539, toda a corte dos Tudor encontra-se apreensiva. Henrique VIII está doente e envelhecido, com apenas um herdeiro, o pequeno Eduardo, de 3 anos de idade. O soberano inglês precisa de uma nova consorte. No entanto, as três mulheres que freqüentaram o leito real sofreram ao lado do poderoso monarca.
Interessado em estreitar as relações com a Alemanha - e, por extensão, alijar França e Espanha do tabuleiro político - Henrique VIII negocia um novo casamento, com Ana de Cleves, a qual conhece apenas por uma tela do pintor Hans Holbein. Escolhida para ostentar a coroa inglesa, a jovem consorte pressente que a corte mais se parece com uma armadilha prestes a se fechar a seu redor. Enquanto isso, Catarina Howard, dama de companhia de Ana de Cleves, tem a consciência de que sua beleza é notada por todos os homens da corte - e está disposta a seguir os passos da prima Ana Bolena e tomar o assento ao lado de Henrique VIII.
Porém, se há mulher que deseje o poder a qualquer custo, ela é Jane Bolena. Seu passado tem o gosto amargo da traição e morte. Viúva do irmão de Ana Bolena, viu o marido e a cunhada serem executados por traição. Agora, ela tem um único objetivo na vida: manipular o destino da nova rainha e ser, dos bastidores, a mulher mais poderosa da Inglaterra.

Palavra-Chave: Intrigas!!! (Daquelas que deixam a gente presa sem conseguir largar o livro...rs)

Editora: Record
Assunto: Literatura Estrangeira-Romances
ISBN: 9788501081001
Idioma: Português
Tipo de Capa: BROCHURA
Edição: 1
Número de Páginas: 459

Início: 01/09/2010
Término: 17/09/2010


Para Saber mais clique nos nomes:


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Amanhecer...


"Não tenha medo – murmurei. - Nós pertencemos um ao outro. De repente fui dominada pela verdade de minhas palavras. Aquele momento era tão perfeito, tão certo, que não havia duvidas. Seus braços me envolveram, apertando-me contra ele.
{...}
Eu tinha a sensação de que cada terminação nervosa do meu corpo era um fio desencapado.
- Para sempre - concordou ele."

Bella e Edward, personagens de Stephenie Meyer
in Amanhecer.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A Herança de Ana Bolena...


Ana, palácio de Richmond,
Julho de 1540

"Não consigo dormir. Passo a noite à janela, observando as primeiras claridades. Acho que será minha última noite na Terra, e lamento mais do que qualquer outra coisa, ter desperdiçado a minha vida. Passei o tempo todo obedecendo meu pai, depois ao meu irmão, desperdicei esses últimos meses tentando agradar ao rei, não valorizei a pequena centelha que sou eu, exclusivamente eu. Em vez disso, coloquei minhas vontades e meus pensamentos abaixo da vontade dos homens que mandam em mim. Se eu tivesse sido um gerifalfe, como meu pai me chamava, teria voado alto, me aninhado em locais solitários e frios, e flutuaria ao vento livre. Ao invés disso, fui como um pássaro em uma gaiola, sempre atado e às vezes encapuzado. Nunca livre, e às vezes, cego.
Deus é testemunha, se eu sobreviver a esta noite, esta semana, tentarei ser autêntica no futuro. Se Deus me poupar, tentarei honrá-lo sendo eu mesma; não sendo uma irmã ou uma filha ou uma esposa.

{página: 243}

Ana de Cleves, personagem de Philippa Gregory
in A Herança de Ana Bolena
.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A Herança de Ana Bolena...


Catarina, Norfolk House, Lambeth
Junho de 1540

"{...} Ajustam-me vestidos e murmuram, com a boca cheia de alfinetes, que sou a garota mais bonita, a mais sofisticada para quem já costuraram um corpete tão apertado. Curvam-se até o chão para levantar a bainha do vestido e dizem que nunca viram uma garota tão bonita, uma verdadeira rainha entre as garotas.
Adoro isso. Se eu fosse uma alma mais zelosa, mais circunspecta, sei que estaria preocupada com a minha pobre senhora, a rainha, com o que será dela, e o pensamento desagradável de que em breve me casarei com um homem que enterrou três esposas e talvez enterre a quarta, e que tem a idade para ser meu avô, assim como fede muito... mas não posso ser perturbada por tais preocupações. As outras esposas fizeram o que tinham de fazer, suas vidas terminaram como Deus e o rei quiseram; isso não significa nada para mim. Até mesmo minha prima Ana Bolena não é nada para mim. Não vou pensar nela nem no meu tio empurrando-a para o trono e depois para o cadafalso. Ela teve vestidos, sua corte, jóias. Teve seu tempo sendo a jovem mais bela da corte, teve seu tempo sendo a favorita de sua família e o orgulho de todos nós. E agora eu terei o meu."

{página: 231}

Catarina Howard, personagem de Philippa Gregory
in A Herança de Ana Bolena

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O Amor nos Tempos do Cólera...


"Acabou pensando nele como jamais imaginara que se pudesse pensar em alguém, pressentindo-o onde não estava, desejando-o onde não podia estar, acordando de súbito com a sensação física de que ele a contemplava na escuridão enquanto ela dormia, de maneira que na tarde em que sentiu seus passos resolutos no tapete de folhas amarelas da pracinha custou a crer que não fosse outro embuste de sua fantasia."

{Gabriel Garcia Marquez}

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A Herança de Ana Bolena...

Lendo:


Jane Bolena, Blicking Hall, Norfolk
Julho de 1539

ramos amigos das famílias mais eminentes da região, éramos os favoritos do rei, aparentados com a rainha. Éramos amados; éramos os Bolena, a família mais sofisticada e bela da corte. Ninguém era capaz de conhecer George sem desejá-lo, ninguém resistia a Ana, todos me cortejavam como passaporte para obter sua atenção. George era estonteante com seus cabelos e olhos escuros, sempre montado nos mais belos cavalos, sempre ao lado da rainha. Ana estava no auge de sua beleza e inteligência, tão sedutora quanto mel escuro. E eu estava sempre com eles."

{Página: 7}