domingo, 7 de agosto de 2011

A Irmã de Ana Bolena...


Outono de 1526
Retornamos a Londres, Greenwich, um dos palácios mais queridos do rei, e ainda sim seu humor não melhorou. Ele passava grande parte do tempo com clérigos e conselheiros. Alguns achavam que estava preparando um novo livro, outro estudo de teologia. Mas eu, que tinha que ficar com ele na maioria das noites, enquanto escrevia e lia, sabia que estava lutando com as palavras da Bíblia, lutando para saber se era a vontade de Deus um homem casar-se com esposa de seu irmão - portanto gostar dela - ou se era a vontade de Deus um homem rejeitar a viúva de seu irmão - pois olhar para ela com desejo era envergonhar o seu irmão. Deus, nessa situação, era ambiguo. Diferentes passagens da Bíblia diziam coisas diferentes. Seria necessário um colégio inteiro de teólogos para decidir qual teria a precedência.
Para mim, parecia óbvio que um homem pudesse desposar a viúva de seu irmão, de modo que os filhos de seu irmão pudessem ser criados em um lar divino e uma boa mulher bem cuidada. Graças a Deus não me arrisquei a dar essa opinião nos concílios noturnos de Henrique. Havia homens discutindo em grego e latim, voltando a textos originais, consultando os pais da Igreja. A última coisa que queriam era o bom senso de uma jovem extraordinariamente comum.
Eu não era útil para ele. Não podia ser útil para ele. Era Ana que tinha o cérebro de que ele precisava, só Ana tinha a capacidade de transformar um emaranhado teológico em piada e fazê-lo rir, mesmo quando ele quebrava a cabeça para decifrá-lo.
Caminhavam juntos todos as tardes, a mão dela em seu braço, suas abeças tão próximas como a de dois conspiradores. Pareciam amantes, mas quando me deixava ficar do seu lado, ouvia Ana dizer: "Sim, mas São Paulo é bem claro a esse respeito..." E Henrique replicava : "Acha que é isso que ele quer dizer? Sempre achei que se referia a outra passagem."
George e eu caminhávamos atrás deles, aias maleáveis, e eu via quando Ana apertava o braço de Henrique para esclarecer um ponto ou sacudia a cabeça discordando."
{Trecho do Livro: A Irmã de Ana Bolena - Philippa Gregory}

Sinopse: A história de duas irmãs competindo por um grande prêmio: o amor de um rei. Rivalidades, intrigas e paixão se misturam neste envolvente romance da inglesa Philippa Gregory, "A Irmã de Ana Bolena".
Aos 14 anos a inocente Maria Bolena, sua irmã mais nova Ana e o irmão George chegam à corte. À época, as grandes famílias aristocratas habitavam os arredores do palácio real e ter uma mulher de sua prole nas proximidades do leito do soberano era garantia de ascensão social. A doçura e beleza de Maria chamam a atenção de Henrique VIII, soberano da dinastia Tudor na Inglaterra entre 1509 e 1547, lembrado no imaginário popular por sua fama de conquistador - ao longo de sua vida, foi casado com seis mulheres, além das inúmeras amantes que mantinha em sua corte.Encantada com a atenção do rei, Maria se apaixona pelo nobre e pelo papel não-oficial de rainha. Como nova amante de Henrique VIII sua aventura amorosa é amplamente incentivada pelos irmãos e o relacionamento se estende por anos, gerando dois filhos, inclusive um homem. Entretanto, toda a família Bolena está envolvida em uma intriga ainda maior: a dissolução do casamento do soberano com Catarina de Aragão.

Opinião: Empolgante!!!! Ascenção e queda da mulher que fez um rei mudar a história de seu povo.. Eu particularmente sou fã da história de Ana Bolena... E Amo a corte dos Tudor, o período em que a história foi mudada... As irmãs Bolena lutam pelo amor do Rei, mas é Ana que consegue sua atenção... Muito bem contado... eu amei esse livro
Editora: Record
Assunto: Literatura Estrangeira
ISBN:
9788501073693
Idioma: Português
Tipo de Capa: BROCHURA
Edição: 1
Número de Páginas: 626
Início: 31/07/2011
Término:
07/08/2011

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