sexta-feira, 29 de maio de 2009

Bom Fim de Semana...

Liηdσ!!!



A Sombra do Vento...


“Bea diz que a arte de ler está morrendo muito aos poucos, que é um ritual íntimo, que um livro é um espelho e só podemos encontrar nele o que carregamos dentro de nós, que colocamos nossa mente e alma na leitura, e que esses bens estão cada vez mais escassos”

{Página: 396}
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quinta-feira, 28 de maio de 2009

Reparação...


"Agora sinto que posso respirar. Acima de tudo, vivo por você. A realidade é que fui obrigada a fazer uma escolha - ou eles ou você. Como poderia escolher duas opções? Não hesitei nem por um momento. Eu amo você. Acredito em você completamente. Você é o meu amor, a razão da minha vida."

Ele sabia de cor essas últimas linhas e repetiu-as agora na escuridão. A razão da minha vida. Não minha razão de viver, mas a razão da minha vida. Era esse o detalhe. E ela era a razão de sua vida, o motivo pelo qual era preciso que ele sobrevivesse.
{...}

{Página: 251}
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terça-feira, 26 de maio de 2009

Presente...


Gαnhei de Presente... : )

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segunda-feira, 25 de maio de 2009

Orgulho e Preconceito...


ELIZABETH: Eu lembro de ouvi-lo dizer, uma vez, que você dificilmente perdoa. Que seus ressentimentos uma vez suscitados eram implacáveis. Você é cuidadoso, não é, quando permite que um ressentimento se forme?

MR. DARCY: Eu sou.

ELIZABETH: E nunca se permite ser cegado pelo o preconceito?

MR. DARCY: Eu espero que não. Posso perguntá-la onde quer chegar com estas questões?

ELIZABETH: Meramente para ilustração de seu caráter. Eu estou tentando vislumbrá-lo.

MR. DARCY: E está sendo bem sucedida?

ELIZABETH: Não em todos os aspectos. Tenho ouvido relatos tão diferente sobre você que intrigam-me sobremaneira.

MR. DARCY: Eu espero, Miss Bennet, que você não tente esboçar meu caráter neste presente momento. O resultado não seria meritório para nenhum de nós.

ELIZABETH: Se eu não retratá-lo agora, eu poderei nunca mais ter outra oportunidade!

MR. DARCY: De maneira alguma eu a privaria de qualquer um de seus prazeres.


{Jane Austen}
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terça-feira, 19 de maio de 2009

Sobre Amizade...


"Não há amigo tão leal quanto um livro."

{Ernest Hemingway}

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segunda-feira, 18 de maio de 2009

O Livreiro de Cabul...

“Numa gélida tarde de novembro de 1999, a rotunda de Charhai-e-Sadarat em Cabul ficou iluminada durante horas por uma fogueira. As crianças apinhavam-se em volta das chamas que tremeluziam sobre os rostos sujos e lúdicos. Os meninos de rua apostavam quem ousaria chegar mais perto das chamas. Os adultos lançavam olhares furtivos à fogueira, afastando-se depressa. Era mais seguro assim. Todo mundo podia ver que aquela fogueira não fora feita pelos guardas na rua para esquentar suas mãos, era uma fogueira a serviço de Deus. O vestido sem mangas da rainha Soraya encrespou-se antes de virar cinzas. O mesmo fim esperavam seus belos braços brancos e seu rosto sereno. Com ela queimou seu marido, o rei Amanullah, e todas as suas medalhas. Toda a linhagem real crepitou na fogueira, acompanhada de moças em trajes típicos, soldados mujahedin a cavalo e alguns camponeses num mercado de Kandahar. A polícia religiosa foi escrupulosa ao executar sua missão na livraria de Sultan Khan neste dia de novembro. Todos os livros com ilustrações de seres vivos, pessoas ou animais foram varridos das prateleiras e jogados na fogueira. Páginas amareladas, cartões-postais inofensivos e grandes enciclopédias foram vítimas das chamas.

{...}
Os livros eram a vida de Sultan. Desde que recebeu seu primeiro livro na escola, ele era fascinado por livros e histórias. Nasceu numa família pobre e cresceu nos anos 1950 no vilarejo de Deh Khudaidad, na periferia de Cabul.

{...}
Começou a vender livros ainda adolescente. Tinha acabado de entrar para a engenharia, mas estava difícil encontrar os livros de que precisava. Numa viagem com o tio a Teerã, encontrou por acaso todos os títulos que estava procurando num dos ricos mercados de livros da cidade. Comprou vários exemplares que depois vendeu a seus colegas em Cabul pelo dobro do preço. E assim nasceu o livreiro, e uma nova vida para ele.

{...}
Quando caiu o regime talibã, dois meses depois dos ataques terroristas nos EUA, Sultan foi um dos primeiros a voltar para Cabul. Finalmente podia encher as prateleiras com todos os livros que quisesse. Podia vender os livros de história com as ilustrações rabiscadas de nanquim como curiosidades para estrangeiros e retirar os cartões de visita colados sobre imagens de seres vivos. Novamente podia mostrar os alvos braços da rainha Soraya e o peito coberto de medalhas de ouro do rei Amanullah.

Uma manhã, enquanto tomava uma xícara de chá fumegante na livraria, ele percebeu que Cabul voltava à vida. Enquanto fazia planos de como realizar seu sonho, pensou numa citação do seu poeta favorito Firdausi. “Para se ter êxito, algumas vezes é preciso ser lobo, outras vezes cordeiro.” Estava na hora de ser lobo, Sultan pensou.

{Trecho Extraído do Livro: O Livreiro de Cabul – Asne Sierstad}

Sinopse: Por mais de vinte anos, Sultan Khan enfrentou as autoridades, tanto comunistas quanto do Talibã, para prover livros aos moradores de Cabul. Ele foi preso, interrogado, encarcerado e assistiu os soldados talibãs queimarem pilhas e pilhas de livros nas ruas. Ainda assim, persistiu em sua paixão pelos livros. Chegou a esconder milhares de exemplares em sótãos pela cidade, alimentando o sonho de ver seu acervo de 10 mil volumes sobre história e literatura afegã ser transformado no núcleo de uma nova Biblioteca Nacional, semeando alguma luz em um dos lugares mais sombrios do mundo. Depois de viver três meses em Cabul, com o livreiro Sultan Khan, a jornalista norueguesa Asne Seierstad compôs este retrato das contradições extremas e da riqueza desse país. Um relato do cotidiano de uma família islâmica e das dificuldades deste povo para obter conhecimento e se comunicar. Um retrato íntimo de um homem, seus princípios e sua família; enquanto enfrentam os desafios e tensões diárias, os integrantes da família tentam também viver uma certa normalidade por meio do trabalho, de um dia de compras, cozinhando em um momento e se divertindo no outro, casando e dividindo alegrias. As mulheres, em especial, são protagonistas de relatos impressionantes. Mesmo após a queda do Talibã, submetem-se a casamentos arranjados, maridos poligâmicos e a limitações para viajar, estudar e se comunicar com os outros. Estas e muitas outras histórias compõem essa narrativa, mostrando aspectos do país que poucos estrangeiros testemunhariam. Por meio de uma narrativa envolvente, Asne Seierstad dá voz à família Khan, apresentando ao leitor uma coleção de personagens comoventes que reflete as contradições do Afeganistão.
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Opinião: O livro é um relato do cotidiano de uma família que vive em uma cultura totalmente divergente da ocidental, um lugar onde as mulheres não têm voz e nem vez. O chefe dessa família construiu um império com livros, mas que impede que seus filhos estudem. Há contradição maior? É uma boa leitura, com várias referências históricas, sejam elas recentes (como o Talibã) ou não (como as conquistas de Alexandre, o Grande na região).

Editora: Record
Assunto: Sociologia
ISBN: 8501072877
Idioma: Português
Edição: 1
Número de Páginas: 316

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Malinche...

“{...}
A recém-nascida, filha do tlatoani, senhor de Painala, foi recebida nos braços da avó paterna. A avó pressentiu que essa menina estada destinada a perder tudo, para encontrar tudo. Somente alguém que se esvazia pode ser enchido de novo.

{...}
-A partir de hoje você será chamada Malinalli, esse nome será sua sina, o que corresponde a você por nascimento.

{...}
- Minha filha, você vem da água, e a água fala. Você vem do tempo e estará no tempo, e sua palavra estará no vento e será semeada na terra. Sua palavra será fogo que transforma todas as coisas. Sua palavras estará na água e será espelho da língua. Sua palavra terá olhos e olhará, terá ouvidos e escutará, terá habilidade para mentir com a verdade e dirá verdades que parecerão mentiras. Com a palavra poderá retornar a quietude, ao princípio onde não é nada, onde nada está, onde tudo o que é criado volta ao silêncio, mas sua palavra despertará e você terá de nomear os deuses e terá de dar vozes às árvores, e fará com que a natureza tenha língua e o invisível falará por você e se tornará visível em sua palavra. E sua língua será palavra de luz, e sua palavras, pincel de flores, palavra de cores que com a sua voz pintará novos códices.”

{Trecho Extraído do Livro: Malinche – Laura Esquivel}

Sinopse: "Vista por muitos como traidora, Malinche é uma das mais controvertidas personagens da história mexicana. Sua trajetória polêmica a faz um dos principais nomes da história da formação desse país e um marco da dilapidação da cultura latino-americana pelos europeus. O estilo poético de Esquivel apresenta um olhar arrebatador sobre a terra mexicana e a condição feminina."
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Opinião: Resolvi ler 'Malinche' por causa da boa impressão que me deixou o filme 'Como Água para Chocolate', mas me decepcionei.A história se perde no excesso de magia, rituais, superstições e referências eróticas sem profundidade e propósito.Algumas curiosidades sobre o cotidiano antes da conquista de Cortés (retratado como um romântico frágil, indeciso e carente) podem ser destacadas. Fora isso, nada.

Editora: Ediouro
Assunto: Literatura Estrangeira-Romances
ISBN: 9788500021497
Idioma: Português
Edição: 1
Número de Páginas: 200

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A Sombra do Vento...

"{...}
Cada livro, cada volume que você vê, tem alma. A Alma de quem o escreveu, e a alma dos que o leram, que viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro troca de mãos, cada vez que alguém passa os olhos pelas suas páginas, seu espírito cresce e a pessoa se fortalece. Faz já muito tempo que meu pai me trouxe aqui pela primeira vez, este lugar já era velho. Quase tão velho quanto a própria cidade. Ninguém sabe ao certo desde quando existe e quem o criou. Conto a você o que contou o meu pai. Quando uma biblioteca desaparece, quando uma livraria fecha suas portas, quando um livro se perde no esquecimento, nós, guardiões, os que conhecemos este lugar, garantimos que ele venha para cá. Neste lugar, os livros dos quais já ninguém se lembra, os livros que se perderam no tempo, viverão para sempre, esperando chegar algum dias às mãos de um novo leitor, de um novo espírito. Na loja, nós vendemos e compramos, mas na verdade os livros não têm dono. Cada livro que você vê aqui foi o melhor amigo de um homem.Agora só tem a nós Daniel. Você acha que poderá guardar esse segredo?

{...}
Um segredo vale o quanto valem aqueles dos quais temos de guardá-lo. Ao acordar, meu primeiro impulso foi contar sobre a existência do Cemitério dos Livros Esquecidos ao meu melhor amigo. Tomás Aguilar era um amigo de escola que dedicava seu tempo livre e seu talento a inventar uns aparatos bastante engenhosos mas de pouca aplicação, como o dardo aerostático e o pião dínamo. Ninguém melhor do que Tomás para dividir comigo aquele segredo. Sonhando acordado, eu imaginava meu amigo Tomás e eu munidos de lanternas e bússola, prestes a desvendar os segredos daquela catacumba bibliográfica. Logo, lembrando-me da promessa, decidi que as circunstâncias aconselhavam o que, nos romances de intriga policial, denomina-se outro modus operandi. Ao meio-dia, abordei meu pai para questioná-lo sobre aquele livro e sobre Julián Carax, que no meu entusiasmo tinha imaginado célebres no mundo inteiro. Meu plano era juntar toda a sua obra e lê-la de cabo a rabo em mais ou menos uma semana."

{Trecho extraído do Livro:
Sombras ao Vento - Carlos Ruiz Zafón}
Sinopse: "A Sombra do Vento" é uma narrativa de ritmo eletrizante, escrita em uma prosa ora poética, ora irônica. Ambientado na Barcelona franquista da primeira metade do século XX, entre os últimos raios de luz do modernismo e as trevas do pós-guerra, o romance de Zafón é uma obra sedutora, comovente e impossível de largar. Além de ser uma grandiosa homenagem ao poder místico dos livros, é um verdadeiro triunfo da arte de contar histórias.Tudo começa em Barcelona, em 1945. Daniel Sempere está completando 11 anos. Ao ver o filho triste por não conseguir mais se lembrar do rosto da mãe já morta, seu pai lhe dá um presente inesquecível: em uma madrugada fantasmagórica, leva-o a um misterioso lugar no coração do centro histórico da cidade, o Cemitério dos Livros Esquecidos. O lugar, conhecido de poucos barceloneses, é uma biblioteca secreta e labiríntica que funciona como depósito para obras abandonadas pelo mundo, à espera de que alguém as descubra. É lá que Daniel encontra um exemplar de "A Sombra do Vento", do também barcelonês Julián Carax. O livro desperta no jovem e sensível Daniel um enorme fascínio por aquele autor desconhecido e sua obra, que ele descobre ser vasta. Obcecado, Daniel começa então uma busca pelos outros livros de Carax e, para sua surpresa, descobre que alguém vem queimando sistematicamente todos os exemplares de todos os livros que o autor já escreveu. Na verdade, o exemplar que Daniel tem em mãos pode ser o último existente. E ele logo irá entender que, se não descobrir a verdade sobre Julián Carax, ele e aqueles que ama poderão ter um destino terrível.
...


Opinião: Um dos melhores livros de ação suspense e drama que já li... Sim o livro tem tudo isso e muito mais...Um dos personagens mais cativantes sem dúvida é Fermim Romero. Adoraria conhecer o Cemitério dos Livros Esquecidos... Esse livro é um ode a arte de escrever e só por esse fato merece ser saboreado... Valeu a pena!!!

Editora: Suma de Letras
Assunto: Literatura Estrangeira-Romances
ISBN: 856028009X
Idioma: Português
Edição: 1
Número de Páginas: 400

quarta-feira, 13 de maio de 2009

A Cabana...


"Se alguma coisa é importante, tudo importa. Como você é importante, tudo que faz é importante. Todas as vezes que você perdoa, o universo muda; Cada vez que você estende a mão e toca um coração ou uma vida, o mundo se transforma; A cada gentileza e serviço, visto ou não visto, meus propósitos são realizados e nada mais será igual."

{A Cabana - William P. Young}


Querendo muito ler esse... : )
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terça-feira, 12 de maio de 2009

O Diário de Bridget Jones...


DOMINGO, 1º de Janeiro...58,5kg (mas pós-Natal), 14 unidades alcoólicas (na verdade somando dois dias, já que 4 horas de festa foram antes da meia noite), 22 cigarros, 5.424 calorias.
{...}
QUARTA-FEIRA, 4 de Janeiro...59,4kg (situação de emergência, agora como se a gordura estivesse armazenada desde o Natal e fosse sendo liberada aos poucos), 5 unidades alcoólicas (melhor), 20 cigarros, 700 calorias (m.b.)(...)

QUINTA-FEIRA, 5 de Janeiro...58,5kg (grande progresso- um quilo queimado espontaneamente graças à expectativa de uma provável oportunidade de praticar sexo), 6 unidades alcoólicas (muito bom já que teve festa), 12 cigarros (continuo no bom caminho), 1.258 calorias (o amor não me deixou beliscar).

{...}
TERÇA-FEIRA, 10 de Janeiro...57,6kg, 2 unidades alcoólicas, 0 cigarro, 998 calorias (excelente, m.b., uma perfeita santa).

{...}
DOMINGO, 15 de Janeiro...57kg (excelente), 0 unidade alcoólica, 29 cigarros (muito, muito ruim, principalmente em 2 horas), 3.879 calorias (horrível), 942 pensamentos negativos (média por minuto), 127 minutos contando pensamentos negativos (aprox.).

{...}
SEGUNDA-FEIRA, 06 de Fevereiro...56,2kg (mistério, meu peso sumiu), 1 unidade alcoólica (m.b.), 9 cigarros, 1.800 calorias.

{Trecho extraído do Livro: O Diário de Bridget Jones – Helen Fielding}

Sinopse: Inteligente, sarcástico, hilário, atual. Estas são as características que fizeram de O diário de Bridget Jones um grande sucesso de vendas. Escrito na forma de diário, o romance relata um ano na vida de Bridget Jones, uma solteira de trinta e poucos anos, que luta com todas as forças para emagrecer, encontrar um namorado, parar de beber e largar o cigarro. Uma história aparentemente comum, mas narrada em estilo impecável e com extrema sensibilidade pela jornalista britânica Helen Fielding. Bridget trabalha em uma editora, mora sozinha, é apaixonada por seu chefe e cultiva o hábito de conversar com amigas que, em torno de uma mesa de bar, sempre têm soluções teóricas para todos os problemas. É impossível ler este diário e não se identificar com a protagonista. O mundo está mesmo repleto de Bridgets.
...Opinião: Todas as mulheres tem um pouco de Bridget Jones dentro de si. Que mulher nunca passou pelos menos por alguns dos questionamentos de Bridget... É um livro divertidissimo, e os diários nos capítulos são hilários... E quem aqui não gostaria de ter um amigo como Max????

Editora: Record
Assunto: Literatura Estrangeira-Romances
ISBN: 850105321X
Idioma: Português
Edição: 1
Número de Páginas: 320

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Mulher de Pedra...


"Durante toda a nossa infância, minha irmã e eu costumávamos nos encontrar nas cavernas junto a uma pedra muito antiga que deve ter sido uma estátua de uma deusa pagã. Ficava num lugar de destaque onde se divisavam as amendoeiras do pomar atras da casa. Vista de longe, parecia, de fato cercada de ruínas de pedras. Não era Afrodite nem Atenas. Essas nos teríamos reconhecido. Aquela tinha resquícios de um misterios véu que se tornava visível apenas quando o sol se punha. Tinha o rosto escondido. Talvez fosse uma deusa local, dizia Zeynep, esquecida havia muito tempo. Talvez os cristãos estivessem marchando para aquele lugar e o artista se visse forçado pelas circunstâncias a interromper seu trabalho. Talvez não fosse mesmo deusa alguma, e sim a primeira imagem esculpida de Maria, a mãe de Jesus. Jamais nos pusemos de acordo quanto a identidade, portanto ela ficou sendo a Mulher de Pedra. Quando crianças, confiávamos a ela nossos segredos, nossas dúvidas mais íntimas, e suas inimagináveis respostas.

Um dia descobrimos que nossas mães, nossas tias e as servas faziam o mesmo. Passamos então a nos esconder atrás das pedras para ouvir seus lamentos; só assim ficávamos sabendo do que se passava, de fato, naquela enorme casa. Foi desse modo que a Mulher de Pedra transformou-se no repositório de todas as nossas dores secretas. Segredos são coisas terríveis. Mesmo quando necessários, eles começam a corroer nossas almas. É sempre melhor quando podemos nos livrar dele, e a Mulher de Pedra possibilitava às mulheres desta casa pôr para fora seus segredos e assim levar uma vida interior mais saudável."

{Trecho Extraído do Livro: Mulher de Pedra/Tariq Ali - p. 14 e 15}

Sinopse: O ano é 1899 e o Império Otomano está em sua fase terminal. Neste terceiro romance da série iniciada com Sombras da romãzeira e O livro de Saladino, Tariq Ali retoma o confronto entre as civilizações islâmica e cristã. Através da ´Mulher de Pedra´- a estátua de uma antiga deusa erguida nos jardins da propriedade de uma aristocrática família turca, que -, ´ouviu´ os segredos femininos desta família durante séculos, o autor oferece-nos um enfoque especial sobre as mulheres e revela insuspeitas realidades, a história e os costumes desta civilização.
...Um livro muito bem escrito. Contado através de uma família tradicional, que tem em seu quintal uma enigmática estátua da qual as pessoas da família contam seus segredos para ela, vemos através dessas histórias o declínio do Império Otamano. Foi o primeiro livro que li do autor e já por esse livro ele me fisgou! Vale muito a pena... O livro está na lista dos meus preferidos

Editora: Record
Assunto: Literatura Estrangeira-Romances
ISBN: 850106047
Idioma: Português
Edição: 1
Número de Páginas: 319

quinta-feira, 7 de maio de 2009

O Último Templário...


Prólogo

Acre, reino latino de Jerusalém – 1291.

A Terra Santa está perdida.
Esse único pensamento continuava a perseguir Martin de Carmaux, sua finalidade brutal mais aterrorizante que as hordas de guerreiros entrando em enxame pela brecha do muro.
Ele lutou para reprimir o pensamento, para afastá-lo. Agora não era hora pra lamentações. Ele tinha um trabalho a fazer.

{...}
O único navio que restava no porto era o TEMPLO DO FALCÃO. (...) Martin varreu o olhar pelo navio desde o castelo da popa, passando pelo seu alto mastro, até a proa, de onde saltava a figura da proa, a escultura incrivelmente natural de uma feroz ave de rapina.

{...}
Lentamente o navio ganhou velocidade, auxiliado pelo vento terral, suas fileiras de remos subindo e descendo como asas escumando as águas escuras. No horizonte distante, o céu tinha se tornado negro e ameaçador.
Estava acabado.
Com as mãos ainda trêmulas e o coração pesado, Martin de Carmaux, lenta e relutantemente, deu as costas para a terra do seu nascimento e olhou com firmeza a frente, para a tempestade que os aguardava.

{Trecho extraído do livro: O Último Templário – Raymond Khoury}
Sinopse: Quatro homens mascarados montados a cavalo, vestidos como Cavaleiros Templários, irrompem na noite de gala de inauguração de uma exposição do Vaticano no Museu Metropolitan e roubam um misterioso decodificador medieval, lançando o agente do FBI Reilly e a arqueóloga Tess Chaykin numa corrida mortal por três continentes em busca do local final de descanso do Templo do Falcão e a perturbadora verdade sobre a sua carga.
...


“Tem nos servido bem, este mito de cristo. - Papa Leão X, século XVI”

A trama começa no século XIII quando um templário precisa guardar um baú e seus segredos. Muitos séculos depois, a trama do livro se enreda por uma trama policial cheia de mistérios e perseguições. O livro veio na mesma onda de "O Código Da Vinci", e tem um desfecho bem legal... Para quem curte o estilo vale a pena!

Editora: Ediouro
Assunto: Literatura Estrangeira
ISBN: 8500018453
Idioma: Português
Edição: 1
Número de Páginas: 476

quarta-feira, 6 de maio de 2009

O Azul da Virgem...

“Ela se chamava Isabelle e, quando menina, seus cabelos mudaram de cor com a mesma rapidez que um pássaro troca a plumagem para atrair o companheiro.Naquele verão, o Duque de l’Aigle trouxe de Paris uma estátua da Virgem com Menino e um pote de tinta para pintar o nicho em cima da porta da igreja. Isabelle sentou-se no alto de uma escada para ver Jean Tournier pintar o nicho de azul intenso, a mesma cor do límpido céu vespertino. Quando terminou, o sol surgiu por trás de uma parede de nuvens e iluminou o azul com tal intensidade que Isabelle pôs as mãos na nuca e apertou os braços contra o peito. Os raios chegaram até ela e tocaram seus cabelos com uma aura de cobre que permaneceu neles mesmo depois de o sol ter ido embora. A partir desse dia, ela passou a ser chamada de “La Rousse” (Ruiva), por causa da Virgem Maria.”

{Trecho do livro: O Azul da Virgem – Tracy Chevalier}
Sinopse: "O Azul da Virgem" é o aclamado livro de estréia de Tracy Chevalier, que posteriormente publicou o sucesso internacional "Moça com Brinco de Pérola". Ao narrar a história de duas mulheres que viveram a séculos de distância e a herança ancestral que as une, Chevalier, assim como em seu livro mais famoso, combina história, arte e imaginação de forma única.Naquele dia, os cabelos de Isabelle mudaram de cor com a mesma rapidez que um pássaro troca a plumagem para atrair a companheira. Após receber uma estátua da Virgem, o nicho sobre a porta da Igreja em que será colocada a imagem é pintado de um azul tão intenso quanto o céu da tarde. Os raios solares iluminam o azul com veemência, tocando os cabelos da jovem Isabelle e tingindo-os de um cobre que permaneceria mesmo depois de o sol ter ido embora. A partir de então, a menina passa a ser conhecida por La Rousse (A Ruiva) e precisa esconder as longas mechas vermelhas sob uma touca - envergonhada por aquele traço que aponta uma inusitada ligação com a Virgem Maria e a faz ser considerada suja, contaminada, uma feiticeira.Quase cinco séculos depois, Ella Turner, uma mulher independente de 28 anos, sai dos Estados Unidos e vai morar na França com o marido Rick. Lá começa a ter aulas de francês, perde o otimismo, tenta engravidar e procura desesperadamente uma solução para não continuar a se sentir uma estranha no novo país. Começa então a ser acometida por pesadelos inexplicáveis, repletos de versos franceses dos quais desconhece a origem, tingidos de um azul vívido, ao mesmo tempo claro e escuro. Ella então recebe uma carta de Jacob Tournier, seu primo da Suíça, revelando um pouco sobre os antepassados franceses que haviam imigrado para os Estados Unidos no século XIX.Decidida a aprofundar os conhecimentos sobre a própria família, Ella passa a pesquisar livros e documentos antigos. Com a ajuda do bibliotecário Jean Paul, fará muitas descobertas: ela pertence à família dos Tournier dos tempos de Calvino, e as frases que ouve em seus sonhos são do texto bíblico que os seus antepassados huguenotes costumavam recitar quando algo ruim acontecia.
... O livro é contado a partir da visão de duas personagens, uma que vivia no seculo XVI e nos leva há um tempo em que o calvinismo começou a dominar, perseguindo que não apoiava a doutrina. A outra personagem é uma americana que vive nos tempos atuais nos tempos atuais. Quando seu marido é transferido para a Europa a vida dessas duas mulheres se cruzam e nos levam a uma história deliciosamente bem escrita! A autora é uma das minhas favoritas...
Editora: Bertrand Brasil
Assunto: Literatura Estrangeira-Romances
ISBN: 9788528612783
Idioma: Português
Edição: 1
Número de Páginas: 352

terça-feira, 5 de maio de 2009

A Montanha e o Rio...


CAPÍTULO 1

Shento 1960
BALAN, SUDOESTE DA CHINA


PARA CONTAR A HISTÓRIA do meu nascimento, não vou começar pelo início, mas pelo fim do meu começo. Para falar a verdade, nasci duas vezes. A primeira foi quando rasguei a passagem escura das entranhas de minha mãe. A segunda foi quando o velho curandeiro da aldeia me salvou.A jovem que me deu à luz pretendia acabar com tudo, não apenas com a sua vida, mas também com a minha, no exato momento da minha chegada a este mundo. Tinha pressa em se atirar do penhasco que ficava no topo do monte Balan, mas eu fui mais rápido do que suas pernas inchadas e escapei de seu ventre bem no momento em que ela avançava para a beira daquele precipício fatídico. As pessoas da aldeia tentariam imaginar o que a teria levado a isso, transformando-se numa espécie de mito ao saltar do ponto mais alto da montanha, comigo ainda ligado a ela pelo cordão da vida, o emaranhado cordão umbilical.Pulei para fora antes que ela se atirasse no abismo, nascido em pleno ar, pairando acima de tudo. Posso imaginá-la lançando-se daquele penhasco escarpado como uma águia planando em direção ao solo, liberta de seu ninho, de suas amarras, de seus pecados, em seu lamento final, para ser esquecida pelo vento que fazia esvoaçar seu cabelo viçoso de moça, enquanto se arremessava precipício abaixo. Nós dois, anjos geminados e sem asas, caíamos em queda livre. Mas o impensável aconteceu. A mão do destino interveio. Eu, o recém-nascido choroso, caindo no rastro de minha mãe pela encosta do penhasco coberto de trepadeiras, fiquei subitamente agarrado aos galhos de um arbusto de chá que crescia na entrada de uma gruta.

{...}
Porém, o destino interveio mais uma vez. A misericórdia divina desceu sobre mim na forma do velho curandeiro da aldeia - magro, ossudo e cheio de fé. Quando ele me ouviu chorando e me viu preso no penhasco açoitado pela ventania, desceu como um macaco para me resgatar. Felizmente, era tão ágil quanto um deles, pois sua atividade exigia que percorresse as cadeias de montanhas, passando por todos os cumes, por todos os vales, indo de caverna em caverna em busca do raro ginseng e da saliva de andorinhas cujos ninhos eram encontrados apenas nos locais quase inalcançáveis escolhidos pelas aves.

{...}
Pegaram a cabra e a ordenharam. A mulher me alimentou com aquele leite como se viesse do seu próprio seio. Naquela mesma hora e naquele exato momento, deram-me o nome de Shento - o topo da montanha, o cume.- Ele vai querer alcançar o céu, como o nosso sagrado monte Balan - disse baba.- E vai subir aos céus como o espírito de nossos ancestrais - acrescentou mama. - Será que podemos realmente ficar com ele como se fosse nosso próprio filho?- Mas é claro que sim! Ele é uma dádiva da nossa querida montanha, uma recompensa pelas boas ações que praticamos.- E se encaixa tão bem nos meus braços! - murmurou mama, acariciando meu rosto.E assim termina a história do meu nascimento e começa a da minha vida.

{Trecho Extraído do livro: “A Montanha e o Rio” – Da Chen}

Sinopse: No auge da Revolução Cultural chinesa, Ding Long, um jovem e poderoso general, gera dois filhos. Um deles, legítimo. O outro, nascido de uma jovem camponesa que se atira do alto de uma montanha poucos momentos depois do parto. Tan cresce em Beijing, cercado de luxo, carinho e conforto, ao passo que Shento é criado nas montanhas por um velho curandeiro e sua esposa, até que a morte do casal o leva a um orfanato onde passa a viver sozinho, assustado e faminto. Separados pela distância e pelas condições de vida, Tan e Shento são dois estranhos, que crescem ignorando a existência um do outro.´A montanha e o rio´ narra a saga desses dois irmãos que trilham caminhos distintos, mas cujas vidas se encontram quando se mesclam inevitavelmente aos acontecimentos que marcam a história política e social da China no final do século XX.Numa trama repleta de conspiração, mistério e paixão, Tan e Shento se tornam inimigos ferozes tanto no campo político quanto no pessoal, pois, por um capricho do destino, se apaixonam pela mesma mulher, o que contribui para acirrar ainda mais o ódio que sentem um pelo outro. Com esta história envolvente, que levou oito anos para ser concluída, Da Chen, conhecido por suas obras memorialísticas, faz sua primeira incursão pela área da ficção. A marca de Da Chen está por certo presente nesta narrativa que possui também traços do romance histórico e é perpassada pelas milenares tradições do Oriente e suas relações com o mundo ocidental.
...

Um livro muito interessante. Mais uma vez os chineses e sua tradições... O livro mostra bem que as vezes tomamos decisões que irão repercutir para sempre nas nossas vidas... Excelente livro!

Editora: Nova Fronteira
Assunto: Literatura Estrangeira
ISBN: 9788520919927
Idioma: Português
Edição: 1
Número de Páginas: 496

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Leitura Diária...


Está a fim de ler um bom clássico porém não encontra tempo para fazê-lo?

O site Leitura Diária rouba esse tempinho para você. Tempinho (mesmo!!!) para ler com praticidade pedacinho por pedacinho de Machado de Assis, José de Alencar, Leon Tolstói e a quem mais preferir, pois, o site oferece um cardápio vasto de leituras e gêneros. Os livros são divididos em partes de, no máximo, 30 minutos de leitura.

Clique Aqui e fique a par dos procedimentos para receber diariamente em seu e-mail trechos do livro escolhido.

Boa leitura!
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A Espera...

"Todo verão Lin Kong ia a vila de Ganso para se divorciar da mulher, Shuyu. Compareciam juntos ao tribunal de Wujia, mas, na última hora, quando o juiz perguntava se ela aceitava o divórcio, Shuyu mudava de idéia e dizia que não. Ano após ano, Lin e Shuyu forama te Wujia e voltavam com a mesma certidão matrimonial expedida pelo cartório civil da comarca havia vinte anos.Esse ano Lin Kong trazia uma carta de recomendação do hospital militar de Muji, onde trabalhava como médico. Mais uma vez planejava levar a mulher ao tribunal para desfazer o casamento. Antes de partir de Muji, prometera a Manna Wu, sua namorada, que dessa vez faria o máximo para que Shuyu mantivesse a palavra e concordasse com o divórcio."


{Trecho extraído do livro: A Espera – Ha Jin}


Sinopse: Lin Kong é um médico na China da década de 1960. Todo ano ele volta à aldeia de Ganso para tentar se divorciar da mulher, Shuyu, e assim ficar disponível para se casar com Manna Wu, jovem enfermeira do hospital onde trabalha. Durante dezoito anos, Lin Kong tenta em vão: na última hora, sua mulher sempre desiste de lhe conceder a separação. Durante dezoito anos, ele e Manna Wu mantêm um relacionamento sem contato corporal - e é durante essa espera que transcorre a maior parte do romance. Leal ao extremo, feia, pés atados, Shuyu - com quem o médico se casou por arranjo entre famílias - encarna a China rural, arcaica; arrasta consigo um tipo de vida tacanha de que Lin Kong quer se livrar. Manna Wu, por sua vez, representa a China urbana e a possibilidade (que ele julgava descartada) de conhecer o amor.O medo da solidão, as armadilhas da honestidade, a fragilidade dos vínculos familiares, a força da internalização das normas sociais e a inexistência de privacidade numa sociedade vigiada são temas explorados com rara sensibilidade por Ha Jin - um chinês que, escrevendo em inglês, obteve uma das honrarias literárias mais prestigiosas dos Estados Unidos: o National Book Award.
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O livro nos mostra um paralelo entre a China após a revolução e os antigos constumes... Vemos um homem dividido entre esses dois mundos. Escrito com muita sensibilidade, até quem lê fica se sente como o personagem... E o final foi muito interessante... vale a pena!

Editora: Companhia das Letras
Assunto: Literatura Estrangeira
ISBN: 8535901639
Idioma: Português
Edição: 1
Número de Páginas: 352