quinta-feira, 19 de novembro de 2009

As Virgens de Vivaldi...


“Não vou discorrer sobre a infelicidade de perde-la – porque a tive o tempo todo. Agora sei disso. Sei que foi amor por mim que a fez guardar segredos por todos esses anos.

Estou zangada, mas não com a senhora. Eu me sinto enganada, mas não pela senhora. E esses dois sentimentos perturbadores são bem suavizados pela sensação de ter sido recompensada.

Eu costumava perguntar a mim mesma o que a tornava tão clama e serena e bondosa em sua existência enclausurada aqui, quando a senhora podia muito bem imaginar a outra vida que poderia ter tido, vivendo num palazzo, cercada de tudo de bom que mundo tem a oferecer a uma zentildonna nobile bem casada. E agora eu sei: eu era a razão. Estar perto de mim – ajudando-me, ensinando-me, guiando-me como a melhor das mães – era o suficiente para a senhora. A senhora não esperava recompensa nem reconhecimento por fazê-lo. O simples fato de eu existir a fazia feliz.

Saber disso mudou tudo para mim.”

{Barbara Quick - páginas 285 e 286}

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