sábado, 6 de outubro de 2012

A Casa que Amei...

Lendo:


 
 
Querido,

Posso ouvi-los subindo nossa rua. É um estrondo sinistro, estranho. Pancadas e batidas repetitivas. O chão trêmulo sob meus pés. Também há berros. Vozes de homens, altas e animadas. O relincho de cavalos, o sapateado de seus cascos. O som é de batalha, como naquele julho quente e medonho em que nossa filha nasceu, ou naquela época sangrenta em que barricadas foram erguidas por toda a cidade. O cheiro é de batalha. Nuvens sufocantes de poeira. Uma fumaça acre. Sujeira e escombros. Soube que o Hôtel Belfort foi destruído, foi Gilbert quem me contou. Mal consigo pensar nisso. Nem vou. Fico aliviada que madame Paccard não esteja aqui para ver isso tudo.”

Nenhum comentário: