sexta-feira, 17 de abril de 2009

La Bodega...


“Na manhã em que tudo mudou. Josep trabalhava no vinhedo de Medes. No meio da manhã já assentara numa rotina que o deixava quase como se estivesse em transe. Deslocava-se de videira para outra, removia os galhos secos e esgotados, cujos frutos haviam sido colhidos em outubro, quando cada uva se tornava suculenta como uma mulher. Podava com a mão implacável, deixando as videiras num ponto ideal para a produção da próxima geração de uvas. Era um dia excepcional, adorável, no que fora até então um inclemente mês de fevereiro. Apesar do frio, o sol parecia se expandir pelo vasto céu francês. Às vezes, quando encontrava uma uva murcha, esquecida pelos colhedores, ele pegava a Fer Sevadour e saboreava a doçura suculenta. Sempre que alcançava o final de uma fileira, fazia uma pilha do que podara, pegava um galho em chamas da fogueira anterior e ateava fogo. O cheiro ocre da fumaça aumentava o seu prazer no trabalho.

Acabara de atear fogo a uma pilha quando levantou os olhos e avistou Leon Mendes, atravessando o vinhedo, sem parar para falar com qualquer outro dos lavradores.

- Monsieur... – murmurou ele, respeitoso, quando Mendes alcançou-o.
- Señor...
Era uma pequena brincadeira entre os dois, o proprietário tratando-o como se fosse o dono, não um mero peão. Só que Mendes não sorriu agora. Foi gentil, mas direto como sempre, ao acrescentar:
- Conversei com Henri Fontaine, que acaba de vir da Catalunha. Tenho más notícias, Josep. Seu pai morreu.
Josep ficou atordoado, como se tivesse levado uma pancada na cabeça, incapaz de falar por um momento. Meu pai? Como meu pai pode ter morrido?
- Qual foi a causa? – balbuciou ele.
Mendes balançou a cabeça.
- Henri só soube que ele morreu no final de agosto. Não sabe de mais nada.
- Voltarei para a Espanha, monsieur.
- Tem certeza que é isso que quer?
- Preciso voltar.
{...}
E assim, com um adieu que nada teve de romântico, ele partiu no início da manhã seguinte, da mesma maneira como chegara a França, em silêncio, sem ser notado, sem incomodar ninguém.”
{ Trecho Extraído do Livro: La Bodega – Noah Gordon}

Sinopse:
Personagens fortes, ampla pesquisa histórica e retratos fidedignos da época abordada são as marcas registradas que fazem dele um escritor de sucesso internacional, com mais de nove milhões de exemplares vendidos em todo o mundo. Autor de best-sellers, como O físico e O xamã, onde aborda a condição humana, o aclamado norte-americano Noah Gordon retorna à ficção, após oito anos de silêncio, com La Bodega. Verdadeira declaração de amor à Espanha, o título ocupou as principais listas de mais vendidos do país desde o seu lançamento por lá, em outubro de 2007, com tiragem inicial de 200 mil exemplares. Ambientada no coração da Catalunha, durante o período das guerras carlistas, a narrativa relata as transformações por que passa a vida do vinicultor Josep Alvarez. Como segundo filho, ele não tem direito às terras do pai, e tem de galgar seu futuro. Em meio a intrigas políticas e amorosas, acompanhadas por um bom vinho e da descrição de belas paisagens, Noah Gordon promete conquistar mais uma vez os leitores, com uma história que atravessa fronteiras.
...


No livro conta a história de Josep que vive com a família em uma pequena propriedade rural no norte da Espanha. Como o segundo filho não tem direitos, ele resolve partir para a guerra... As consequencias das suas escolhas faz cm que ele tenha que fugir para a França onde aprende tudo dobre o cultivo de uvas e a preparação de um bom vinho... Com a morte de seu pai ele decide voltar para a Espanha e cuidar das terras da família, utilizando o conhecimento adquirido... Com muita esperança de que a coisas deem certo e para resgatar momentos de sua vida, o livro mostra o poder da perseverança e os desafios que temos com nós mesmos... Eu adorei o livro!


Editora: Rocco
Assunto: Literatura Estrangeira-Romances
ISBN: 9788532522825
Idioma: Português
Edição: 1
Número de Páginas: 328

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